Carlos da Silva levou à feira a novidade de sua empresa. O biodigestor para uso residencial transforma resíduos orgânicos em gás para o fogão e fertilizante para as plantas. Maria Ceni e Antonio da Costa produzem melado, rapadura e outros derivados da-cana-de- açúcar. Vizinhos no pavilhão da agroindústria, fecharam negócio no primeiro dia.
Há dez anos, Ceni conheceu um sistema parecido e se interessou. Desta vez, não deixou passar a oportunidade. “Vamos usar o gás para fazer a rapadura e é uma forma de proteger um pouco a natureza. E ainda tem o fertilizante para usar na horta”, afirma Ceni.
Na empresa trabalham o casal, uma neta e, eventualmente, a filha. A família é de Bom Retiro do Sul e costuma frequentar feiras pelo estado.
A empresa de Carlos é voltada à aquicultura, desenvolve sistemas integrados de criação de peixes com produção de hortaliças. A água é bombeada para a horta e volta para os peixes filtrada pelas plantas. Porém o que chama mais atenção do público é o balão preto e verde, pouco menor que um carro popular, cheio de gás.
Ele explica que a tecnologia foi desenvolvida em parceria entre o governo de Israel e a ONU. Surgiu como solução para os moradores do deserto que, por falta de madeira, faziam fogo com esterco de camelo seco, o que trazia prejuízos à saúde.
O sistema é ligado a um fogareiro em que a equipe faz pipoca ao longo do evento. Os restos realimentam a produção de gás. O biodigestor tem capacidade para armazenar 700 litros de gás, aproximadamente quatro quilos de material orgânico e tem autonomia de três horas de fogo.
“É possível fazer a gestão do resíduo orgânico dentro de casa. Meu sonho é que tenha nas escolas, prefeituras, em todo lugar pode ter um sistema desse”, almeja Carlos.
Deu brique
Alexandre Wülfing foi à Expovale passear com a família no domingo. Saiu dono de uma moto de 160 cilindradas. “Decidi na hora, parei ali, bati o olho e gostei”, resume.
Ele tinha o plano de adquirir uma motocicleta em breve, mas não havia definido modelo e detalhes. Na feira, desviou o caminho para passar pelo estande de uma revenda e decidiu na hora. Escolheu a cor, fez o financiamento e fechou negócio.
Wülfing é morador de Estrela e adquiriu uma chácara em Cruzeiro do Sul recentemente. A moto facilita as indas e vindas . “É ligeirinho e gasta menos.”
O sonho de consumo era o modelo de 400 cilindradas, mas, em razão da diferença de preço, vai ficar para outro momento.
Amor com humor
O casal de namorados Eduardo Deon e Jéssica Balt chegou à feira às 15h30min do sábado. Moradores de Lajeado, eles marcam presença em todas edições. A ideia era “dar um giro e uma olhada”, diz Jéssica.
No passeio, pararam para fazer uma caricatura. Gostaram do resultado. “Ficou muito bom, o cara é ninja”, brinca Eduardo.

Com materiais orgânicos, equipamento produz gás e fertilizante
Com ajuda do calor
Ao longo fim de semana, o calor foi o principal empecilho para quem visitou a Expovale. Alguns expositores transformaram o problema em aliado nas vendas. A banca de Marciano Rabaioli formava fila mesmo em horários de baixo movimento.
Ele, o irmão e os pais produzem sucos integrais em Imigrante. Durante o fim de semana, a empresa vendeu dezenas de copos de suco gelado e algumas garrafas. O sabor mais procurado é o de uva, feito com as frutas que eles produzem.
A empresa existe há quatro anos. “Como o negócio ainda é novo, a gente busca contatos para abrir mercado”, afirma.

Espetáculo da Companhia Aprendiz foi atração para crianças e adultos
Música, brincadeira e negócios
Na plateia, o casal Leandro e Catiúcia Berwig se divertia com o espetáculo Cantando a Gente se Entende. Agitada, a pequena Isabella, de 1 ano e 4 meses, tinha um pouco mais dificuldade de parar para assistir ao show da Companhia Aprendiz, que une teatro e música, com cantigas populares e educativas.
“Viemos especialmente para trazer nossa filha para ver o espetáculo. Ela gosta muito de música. Daí aproveitamos para ver o que tem de negócios e oportunidades”, afirma Leandro. Ele e a esposa Catiúcia são empresários do ramo de logística.
Leandro afirmou que o passeio não tinha foco nas compras, mas admitiu que provavelmente iria adquirir produtos coloniais e artesanato.

Maria Ceni e Antonio da Costa compraram um biodigestor no 1º dia
Memórias da Expovale
Visitantes, expositores e trabalhadores da feira relembram momentos marcantes vividos na feira do Vale do Taquari. Desde os shows, até as novidades mostradas nos estandes.
Para saber das novidades
Enquanto a esposa e a filha se divertem no parque de diversões, Ivânio Rodrigues prefere olhar as máquinas. “Sempre venho para ver as novidades. Me chamou atenção uma colheitadeira de silagem, tecnologia da Alemanha. Encontro na Expovale novidades que eu não vejo em outras feiras.”
O sogro, Mário, também vai à feira em busca de novidades, no caso, da beleza das moças jovens: “Contenta as vistas do velho.”
Família que trabalha unida
A história da família Bussmann com a feira dura mais de 20 anos. No colo da mãe, a pequena Bruna prestigiava o evento desde a infância. Aos 23 anos, Bruna trabalha no credenciamento. A mãe, Vanuza, atua na recepção e o pai no estande de uma cooperativa agrícola.
“É bem legal este momento de estarmos os três juntos, ao mesmo tempo em que trabalhamos, é um momento família. Ajuda no relacionamento familiar.”
Crescendo com a feira
Luis Carlos Bianchini é expositor desde 2008. Sua trajetória de feira coincide com o crescimento da empresa, que já tem três unidades na região.
“Comecei com um pequeno estande externo, depois mudei para este ponto, que é estratégico. A Expovale te permite atingir um monte de gente com um baixo custo e em um curto espaço de tempo. Se fizer o cálculo per capita, vai ver que é barato.”
O homem do clima
Na tarde quente de domingo, um grupo de pessoas se concentrava ao redor do estande de Tiago Sulzbach Rodrigues. Ele participa da feira desde 2004. Durante mais de uma década, foi o responsável pela climatização do evento. Hoje expõe seus produtos.
“Os próprios expositores vêm aqui para se refrescar, ficam um pouco e voltam para o trabalho. O lançamento é o ventilador gigante para climatizar grandes ambientes. Está tendo bastante procura.”
Programação de hoje
8h30min – Gestão de Compras e Negociação
Local: Carreta Agas
13h30min – Sessão de Negócios
Local: Salão de Eventos da ACIL
15h – Reunião da AMVAT e Ministério Público
Local: Mundo Cooperativo
17h30min – Encontro de Produtores de Leitões
Local: Mundo Cooperativo
18h – Seminário Conexões
Local: Auditório Expovale
19h30min – Palestra: “Gestão da Propriedade Rural” (ARLA)
Local: Mundo Cooperativo
Shows
20h – General Rock
Local: Pavilhão de Shows
21h30min – EletroRádio
Local: Pavilhão de Shows
Matheus Chaparini: matheus@jornalahora.inf.br