Professor não é inimigo

Editorial

Professor não é inimigo

Indisciplina, alunos desinteressados até o cúmulo de agressões físicas e verbais. Esse cenário faz parte do cotidiano dos professores e mostra a perda de valores básicos dos estudantes. Para trazer ainda mais instabilidade, grupos políticos convocam os seguidores a monitorar…

Indisciplina, alunos desinteressados até o cúmulo de agressões físicas e verbais. Esse cenário faz parte do cotidiano dos professores e mostra a perda de valores básicos dos estudantes. Para trazer ainda mais instabilidade, grupos políticos convocam os seguidores a monitorar os docentes.
Sustentam um discurso dos “professores doutrinadores” a serviço da esquerda. Como na teoria da Bala Mágica, basta tocar no assunto para as crianças e adolescentes absorverem essas ideologias e se transformarem em multiplicadores do comunismo.
Fatos imponderáveis começam a acontecer. Em três semanas, Porto Alegre registrou três agressões a professores. Em outro caso, uma docente de Sociologia, em aula sobre modelos econômicos, ensinava os conceitos de capitalismo, comunismo e socialismo. A mãe de um aluno registrou na polícia o que considerou um crime. Agora esse mestre terá de responder por apologia.
Mesmo com todas as dificuldades vividas por esses profissionais, vide os baixos salários, muitos com os valores em atraso, as escolas deficitárias, a carga horária extenuante e tantas outras distorções a qual estão expostos, agora os professores passaram a ser vistos como inimigos.
[bloco 1]
Políticos querem que os alunos gravem as aulas e denunciem aqueles que emitem opiniões contrárias ao ramo ideológico que venceu as eleições. Os problemas na educação nacional não estão nos professores. Não é dessa forma que vai se garantir um ensino de mais qualidade.
Defender essa conduta é desviar o foco dos verdadeiros responsáveis pelo sucateamento da educação nacional. Colocar amarras sobre os professores só favorece os poderosos. Sem pensamento crítico, fica mais fácil manipular a população. Não haverá questionamento e os poderosos podem seguir com seus planos de poder.
A educação precisa ser libertadora e o professor é o instrumento para fazer o aluno aprender a pensar. Sair do óbvio, do raso, e criar capacidades cognitivas para estabelecer relação entre temas diversos.
Controle sobre o professor existe em governos autoritários. Em Cuba, na Coreia do Norte e na Venezuela. Nesses países, os professores são monitorados. Em nações desenvolvidas, o professor é defendido pela sociedade. Não existe monitoramento na França, na Alemanha ou nos Estados Unidos. Implementar isso no Brasil é um retrocesso.

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