Terá consequências jurídicas o caso em que professores da rede municipal foram ameaçados na internet. Em reunião nesta semana, membros do Executivo e entidades representativas dos docentes decidiram levar o fato ao Ministério Público. Um grupo de trabalho foi formado para efetuar os procedimentos necessários para acionar a Justiça contra os autores das mensagens.
O episódio ocorreu no mês passado, quando um internauta publicou comentário ofensivo em uma postagem sobre a suposta realização de estudos de gênero nas escolas da cidade.
Uma pessoa escreveu que mataria professores que introduzissem o tema em sala de aula. O conteúdo gerou polêmica e provocou reações por parte da Associação dos Professores e da administração municipal.
Conforme o procurador-geral de Teutônia, Juliano Heisler, ficou acordado que as entidades representativas vão fazer uma manifestação oficial ao município sobre a repercussão que sentiram junto aos profissionais da categoria. Será informado ao MP para que adote as devidas providências na esfera penal pelo crime de ameaça.
De acordo com Heisler, o município ainda pretende ingressar com uma ação civil pública sobre o caso, também com base na manifestação dos professores, para discutir o “dano coletivo” causado pelas mensagens. “A intenção é apresentar para a sociedade que não pode ser aceita uma agressão contra uma categoria como essa, que deve ser valorizada e respeitada”, ressalta.
Segundo o procurador, as medidas serão adotadas também para que não se repitam na região novas agressões contra os educadores. “Não vamos tolerar esse tipo de posicionamento. Por isso, as entidades e o município vão agir de forma enérgica para coibir esse tipo de prática”, assevera.
Conforme o presidente da Associação dos Professores, o intuito é conscientizar a população e prevenir que situações semelhantes voltem a ocorrer. “A internet não é terra sem lei. As pessoas não podem simplesmente expressar o que quiserem de forma irresponsável”, afirma.
Relembre o caso
Em 27 de outubro, A Hora publicou matéria sobre a postagem intimidatória contra os educadores de Teutônia, em meio à campanha eleitoral.
Um debate sobre estudos de gênero que estava programado pelo Coletivo Tônias, ONG com enfoque no enfrentamento à violência contra mulher, foi cancelado após críticas na internet.
Um boato de que escolas municipais estariam planejando trabalhar o tema com os alunos gerou ofensas e ameaças de morte.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br