Christiane Auwaerter é uma das moradoras incomodadas com a movimentação noturna na avenida Avelino Talini. Natural de São Paulo, ela se mudou a Lajeado em março para cursar Medicina na Univates e percebe que a “baderna” só aumentou desde então.
“O barulho vem aumentando, tanto de intensidade quanto de duração. O problema começou apenas no domingo, mas agora se estende desde sexta à noite até domingo à noite, inclusive de madrugada”, relata.
A acadêmica relata ter informado o Executivo sobre a perturbação do sossego público. Cita ainda ligações feitas para a Brigada Militar (BM) e guarda municipal nos fins de semana. Entretanto, conta que não foi atendida por nenhum dos órgãos. “Entendo que a polícia tem casos mais importantes para averiguar, mas meu sentimento é de esquecimento dos órgãos responsáveis”, manifesta.
No dia 29 de outubro, Christiane fez um desabafo nas redes sociais. A publicação feita na página Fiscaliza Lajeado com uma fotografia da avenida repleta de lixo após uma noitada repercutiu. Até a tarde de ontem, 7, haviam 40 comentários na postagem, a maioria se solidarizando com as reclamações da estudante.
Para Christiane, é preciso que as leis de volume de som e proibição de estacionamento na Avelino Talini sejam respeitadas. “Somente com punição será possível reverter esse espaço sem lei que virou a avenida da Univates”, defende.
Até “rachas” na Talini
O som alto e “festas regadas a álcool” na madrugada são as principais críticas dos moradores da avenida, em sua maioria, estudantes da Univates.
“Mesmo com janelas fechadas, é possível ouvir o barulho. Aparentemente, os que ficam ali até tarde não parecem se incomodar se os moradores querem dormir ou se eles precisam descansar”, comenta uma estudante que prefere não se identificar.
Outro acadêmico que prefere ter o nome preservado cita “rachas”, mesmo com os quatro quebra-molas instalados na avenida. “Estudo a semana inteira e não sou obrigado a ter que suportar pessoas que tiram a paz e o sossego alheio no único período de descanso que tenho”, reforça.
Mudança
A acadêmica Eliege Bertolini optou por morar próximo à Univates para facilitar a locomoção, entretanto, a bagunça na Talini dificulta os estudos. “Em sextas e sábados é quase impossível dormir. Os carros com som fazem extremo barulho. Além disso, tem pessoas que bebem e dirigem. É uma questão de segurança pública”, alerta.
A baderna no fim de semana faz Eliege procurar outro apartamento para morar. Na opinião dela, é necessário mais blitz e policiamento na avenida em frente à universidade.
Contra ponto
Secretário de Segurança Pública de Lajeado, Paulo Locatelli ressalta que os agentes de trânsito “atuam quase que continuamente até o final das aulas da Univates. Nos demais dias, são feitas operações extraordinárias”.
Conforme o secretário, existem queixas no Departamento de Trânsito em relação aos domingos à tarde. Ele confirma que há grande acúmulo de pessoas e veículos, ocorrendo arrancadas.
O secretário destaca ainda que a avenida está bem sinalizada e que o departamento dará continuidade às operações conjuntas entre policiais e agentes de trânsito no local. “Os agentes estão orientados e irão intensificar as rondas periódicas no local”, informa.
Fábio Kuhn: fabiokuhn@jornalahora.inf.br