Na oficina de Hugo Breyer, 81, além dos instrumentos musicais, há também pequenos objetos recicláveis. Sempre ligado à música, Breyer começou a fazer obras de arte em relevo há dois anos e agora expõe no prédio 11 da Univates até o dia 19.
Tendo trabalhado em bancos, ele foi um dos fundadores da Oclaje, e hoje conserta alguns instrumentos para passar o tempo. “Eu sempre tive ligação com a música, mas essa parte das esculturas foi surgindo. Comecei a fazer e não parei mais”, conta.
Na exposição, são dez obras feitas com materiais recicláveis encontrados nas ruas ou trazidos por amigos. “Eu vejo o material, depois penso no que pode ser feito com ele”, lembra. Assim, em 2016, criou o primeiro quadro, com a estrela de David.
A lira foi uma das peças criadas
com materiais recicláveis
A maioria dos trabalhos foi feita em 2016 e 2017, mas tem alguns deste ano também. Entre essas criações, Breyer desenvolveu um favo de mel, fazendo todo o ciclo dentro da colmeia.
Com madeira e baquetas de bateria, criou a lira, instrumento de corda muito utilizado na antiguidade. Ele conta que existia uma rainha na França que se chamava Lis, e que adorava a flor que hoje tem seu nome, e este é outro quadro de Hugo exposto na Univates, feito com monóculos pequenos.
Esses objetos também foram utilizados para criar os cinco anéis das olimpíadas, que representam os cinco continentes. Esses quadros, conta, ficam na oficina deBreyer, junto com outros elementos peculiares de uma vida cheia de histórias para contar.
Ele nasceu em São Francisco de Paula, mas cresceu em Canela e estudou na escola agrícola em Viamão. Depois de cursar um ano de faculdade, trabalhou em bancos em Porto Alegre e São Jerônimo até chegar a Estrela. Aposentado há cerca de 30 anos, abriu uma casa de música. O Espaço Garagem Musicenter está localizado na rua Carlos Fett Filho.
Breyer também escreve as partituras das músicas alemãs que ouve nas rádios e toca no trombone. Além disso, participa de corridas como as rústicas de Natal, tendo uma coleção de medalhas e troféus.
Bibiana Faleiro: bibiana@jornalahora.inf.br
