Tecnologia para aliar qualidade e renda

Entrevista

Tecnologia para aliar qualidade e renda

A 7ª edição do Fórum Itinerante do Leite ocorre no dia 22 de novembro, em Teutônia. Em debate, temas como gestão da propriedade, lucratividade, eficiência energética, tuberculose e brucelose

Tecnologia para aliar qualidade e renda
Vale do Taquari

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) organiza para o dia 22 de novembro a 7ª edição do Fórum Itinerante do Leite, no Ginásio da Sociedade Esportiva e Recreativa (SER) Gaúcho, em Teutônia. Segundo o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, a ideia é levar informação de ponta ao produtor e explorar as potencialidades da região, uma das bacias leiteiras mais expressivas do estado.

Entre os destaques da programação, estão painéis sobre o uso de novas tecnologias para qualificar o dia a dia no campo e ferramentas de inteligência para profissionalizar a gestão dos tambos. “A parceria constituída pela primeira vez entre as duas iniciativas reforça a importância da cadeia produtiva para os Vales e possibilita ao produtor uma conexão fundamental com novas e diferentes tecnologias de produção”, acrescenta o coordenador do Fórum Tecnológico do Leite, do Colégio Teutônia, Márcio Mügge.

Como fazer a tecnologia e as novas formas de produzir chegar ao campo?

Darlan Palharini – A tecnologia integrou-se ao agronegócio como uma ferramenta essencial para o produtor. Digo isso porque ela está presente em diferentes aspectos no dia a dia do produtor e da indústria. No campo, modernos equipamentos de ordenha garantem que o leite seja coletado sem a intervenção nem manuseio humano. A produtividade de cada vaca é auferida no momento da coleta. A tecnologia também se somou na busca por elevar a quantidade e a qualidade de leite. Hoje, há diversos tipos de testes de qualidade que podem ser feito na propriedade que ajudam muito a manter os níveis desejáveis da sanidade e produtividade.

Quais os benefícios proporcionados?

Palharini – A tecnologia também trouxe mais conforto e informação  ao produtor. Sistemas produtivos mais interativos facilitam o trabalho de ordenha  e a alimentação diária, que, muitas vezes, é o motivo do abandono da atividade. Afinal, produzir leite exige constância de produção, o que quer dizer que períodos de férias e folgas ficam bem limitados. Algumas propriedades gaúchas já têm até robôs que ajudam no trabalho de ordenha. E essa tendência de mecanização é forte no campo. Principalmente porque o leite é uma produção tradicionalmente de uso de mão de obra familiar e a tecnologia vem auxiliar na continuidade e expansão. Claro que os investimentos ainda são caros e nem todos os produtores têm condições de arcar com esses sistemas. Contudo, é o caminho da melhor produtividade, remuneração,  bem-estar animal e satisfação do produtor.

Quais os principais gargalos que o setor enfrenta?

Palharini – Podemos citar a falta de mão de obra, a carga tributária, a logística, a guerra fiscal, a sucessão rural e a pouca qualidade das comunicações no campo. Diante desses, diria que a logística talvez seja um dos principais. Como o RS vende mais de 60% da sua produção para outros estados, isso exige que nossa produção de leite tenha que ser muito competitiva, com baixo custos. Os grandes centros consumidores estão, em média, a mais de mil quilômetros de distância, e o nosso modal é baseado no transporte rodoviário e no naval e ferroviário, isso nos tira a competitividade para acessar mais fortemente o mercado nacional, diga-se principalmente os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e a Região Nordeste. Isso abre espaço para que, além dos estados de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Goiás, também possam competir pela preferência do consumidor brasileiro a produção da Argentina e do Uruguai. Afinal, neste momento, a economia está em busca de preços baixos.

Como mudar este cenário?

Palharini – Quanto à logística, é uma questão que tem pouco ou nada que a cadeia produtiva (produtores e indústria) possa fazer para mudar esse cenário a curto e a médio prazo. E, sim, trata-se de uma política de Estado para que possamos ser mais competitivos, tanto no mercado nacional quanto no mercado externo. Resta ao setor apenas a mobilização pelo pleito para que possamos ter uma política de Estado  que contemple outros modais de transporte aproveitando as potencialidades naturais do Brasil e do próprio Vale do Taquari.

Qual a importância do fórum?

Palharini – É o momento em que todos os atores do setor lácteo se reúnem para debater tendências, novidades, gargalos e enfrentar nossos principais dilemas. É uma forma de trazer toda essa temática para a região e também analisar as suas próprias particularidades. Em Teutônia, temos como tema geral – Tecnologias para aumento da renda na produção leiteira – assunto que se subdivide em dois grandes painéis. O primeiro tratará do conforto térmico na qualidade e na reprodução e o segundo sobre ferramentas para gestão com foco na lucratividade. À tarde, teremos debates específicos em oficinas que tratarão de questões sanitária, energética e reprodutiva.

Considerações finais

Palharini – Nosso objetivo como todo esse trabalho é sempre aproximar as pessoas, integrar as instituições de pesquisa, universidades, estudantes e o mercado como forma de contribuir para a expansão das bacias leiteiras do RS. Buscamos o desenvolvimento. E o Sindilat e suas associadas  trabalham por isso ao lado de parceiros que também têm grande comprometimento com a produção do leite gaúcho como a Secretaria da Agricultura, Mapa, Fundesa, Emater, Fetag, Farsul e Colégio Teutônia.

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