Para o presidente da Associação dos Moradores do Bairro Centro – Amor Centro, Hélio Muskopf, o projeto que tramita na câmara de vereadores que prevê a doação de parte de 2 mil metros quadrados do prédio da Polar, hoje pertencente ao município, para o Judiciário soa em desacordo com as necessidades reais da cidade.
“Doarmos imóvel para quem tem dinheiro é algo que não concordamos”, sustenta. Segundo ele, os moradores do bairro revindicam melhorias em calçadas, estacionamentos, rua coberta e drenagens, por exemplo, e, enquanto isso, “o município vai doar um imóvel avaliado em R$ 2,2 milhões para o Estado sem receber qualquer contrapartida.
Imbróglio
A Amor Centro sugere que, no mínimo, o município faça uma permuta com o Judiciário, para que o prédio onde se localiza o atual Fórum de Estrela fique para a cidade enquanto a parte da antiga Polar fique para o Estado ampliar suas demandas judiciais em Estrela.
A principal crítica de Muskopf é de que Estrela paga uma alta demanda de aluguéis para abrigar secretarias, enquanto a atual gestão estabelece projeto para “doação de imóvel”.
Contrário
O vereador João Braun também é contra a medida. “A gente sabe que o Fórum de Estrela foi projetado para uma época em que a periculosidade era outra. Hoje bandidos e pessoas que vão fazer divórcio, por exemplo, entram e saem pela mesma porta”, conta.
Sua principal crítica sustenta-se pelo fato de o município não ter responsabilidade sobre a ampliação que o Judiciário planeja na cidade.“Não tem sentido a cidade doar para o Estado.”
Além da doação do imóvel milionário, o governo também investiria R$ 400 mil para demolir o prédio que poderá ser entregue ao Judiciário – ou seja, ao todo, o município investiria em torno de R$ 2,6 milhões para doar um imóvel ao Estado.
“Se pagarmos esses R$ 400 mil que seriam usados para demolição de parte da antiga Polar, podemos comprar dois terrenos no entorno do atual Fórum para ampliá-lo.”
O governo Mallmann
De acordo com o prefeito Rafael Mallmann, com a aprovação da 3ª Vara para a Comarca de Estrela, há necessidade de um local para a construção de novas instalações para o Fórum, uma vez que o atual prédio está no limite da capacidade.
O local, objeto do projeto de lei que tramita na câmara, segundo ele, foi aprovado pelo Judiciário.
A área foi escolhida, segundo Malmann, para centralizar os órgãos de Justiça no mesmo local, pois está sendo finalizada a construção do prédio que abrigará a Justiça do Trabalho, em área também doada pelo município, na administração anterior.
Mallmann ressalta que a demolição do prédio e a limpeza ficarão sob responsabilidade do município, mas que não há ainda uma estimativa de custos para isso.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br