‘Fenômeno’ Pelotas

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

‘Fenômeno’ Pelotas

Muito se falou e usou a expressão ‘fenômeno’ nessa eleição. Bolsonaro seria um fenômeno. O coronel Zuco, outro. Marcel Van Hatten e Luiz Carlos Heinze, também. Até o tio Chico virou fenômeno de última hora ao gravar uma música sobre as eleições.
Mas, ao fim e ao cabo, fenômeno mesmo é Eduardo Leite ter feito 90% dos votos na cidade de Pelotas. Nove a cada dez pelotenses votaram no ex-prefeito da cidade. Isso, por si só, aumenta a expectativa em relação ao seu governo e é uma prova positiva sobre sua aceitação enquanto gestor público. Se conseguir implementar o mesmo formato e a mesma política no Palácio Piratini, dias melhores estão por vir para os gaúchos. O povo de Pelotas que o diga.
bolsonaro

Bolsonaro em massa

O Vale do Taquari, como fora no primeiro turno, repetiu apoio maciço a Jair Bolsonaro. Dos votos válidos, foram 71,2% contra 28,8% de Haddad. O destaque fica para o município de Vespasiano Corrêa, onde nada menos do que 88,4% dos eleitores apostaram no militar.
Votos em Bolsonaro: 1.518 | Votos em Haddad: 198


Não aprendeu nada

O discurso de Fernando Haddad (PT), logo após a derrota no domingo, foi de uma arrogância e petulância impressionantes. No sofá de casa, me virou o estômago. Parecia, naquele momento, que só o PT apoiava a democracia e a ordem, como se ter o líder máximo atrás das grades não representasse nada. Enquanto não fizer uma autocrítica, virar a chave e perceber que o povo já não entra mais nessas ladainhas, o PT vai sucumbir.
sartori
Aliás, não foi um gesto à altura dos discursos de defesa da democracia o candidato do PT deixar de cumprimentar Jair Bolsonaro pela vitória. A saudação acabou sendo feita um dia depois, menos mal. Mas Haddad o fez muito mais por pressão do que por convicção. No momento em que o extremismo e o radicalismo precisam ser combatidos no país, o exemplo de Haddad foi no sentido oposto. Ou seja, fez aquilo que ao longo da campanha disseram que Bolsonaro faria em caso de derrota.

O gringo fez certo

Haddad devia ter ouvido o discurso de José Ivo Sartori após a derrota de domingo. O governador teve humildade e discernimento para reconhecer a vitória de Eduardo Leite, lhe desejou boa sorte e pediu união no estado. Nisso, o “gringo tá certo”. Que a postura de Sartori seja capaz de inspirar um relacionamento civilizado entre todos os campos ideológicos.


eduardo leite

Olhar para o interior

Eduardo Leite concedeu entrevista, por telefone, ao A Hora, ontem à tarde. Entre outras coisas sobre o próximo governo – veja na página seguinte – ele falou sobre a valorização e a participação das cidades do interior na próxima gestão. Uma das queixas aqui do Vale do Taquari com o atual governo é o distanciamento e a pouca voz dos líderes do interior sobre as decisões governamentais. Leite garantiu espaço e atenção devida aos municípios fora da Região Metropolitana.


Mariela na expectativa

A vereadora de Lajeado, Mariela Portz (PSDB), que fez mais de 11 mil votos para deputada estadual, deve participar da formação e construção do governo de Eduardo Leite. Mariela entrou na campanha de Leite de corpo e alma. Muito próxima ao ex-prefeito de Pelotas, não será surpresa se for nomeada para algum cargo ou coordenação no governo do Estado.


Dança das cadeiras

A troca de governo estadual, como ocorre de quatro em quatro anos no Rio Grande do Sul, vai promover um troca-troca de cargos. As coordenadorias regionais de Educação, ocupada por Greicy Weschenfelder, e da Saúde, ocupada por Ramon Zuchetti, é certo que trocam. A coordenação do Sine, que também é indicação política, também deve alternar.


Café da discórdia

Em Estrela, o secretário da Saúde, Elmar Schneider, pagou um café para um grupo de funcionários da saúde, ontem pela manhã. O problema é que o agrado para uns irritou os outros. Nas redes sociais, o embate foi grande. Schneider tem a intenção de concorrer a prefeito de Estrela em 2020.


coluna fernando

Imprensa protagonista

Em uma das andanças do colega Rodrigo Martini pela Europa, na coleta do material para o anuário TUDO, ele participou ontem de um seminário organizado pelo Jornal Público, de Lisboa, em Portugal. Mobilidade Sustentável: transição para as cidades do futuro, era o tema em debate. Pertinente para lá e para cá.
O fato, entre outras coisas, mostra que os veículos de comunicação precisam ser cada vez mais protagonistas e estimular debates sobre assuntos relevantes à sociedade. O exemplo do jornal português ratifica o trabalho que o A Hora tem liderado aqui no Vale, a partir do projeto Pensar o Vale, do qual sucedem-se discussões permanentes sobre empreendedorismo, cidades criativas, infraestrutura, inovação, e vários outros. Estamos no caminho.


letreiro lajeado dick
 

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