Quem paga a conta?

Editorial

Quem paga a conta?

O fim de ano se aproxima. Para o trabalhador com carteira assinada e para o servidor público, aumenta a expectativa pelo 13º salário. É a oportunidade de quitar dívidas ou garantir um dinheiro extra para as férias. Para os gestores…

O fim de ano se aproxima. Para o trabalhador com carteira assinada e para o servidor público, aumenta a expectativa pelo 13º salário. É a oportunidade de quitar dívidas ou garantir um dinheiro extra para as férias. Para os gestores municipais, em especial das cidades de pequeno porte, esta época do ano é de preocupação.
Em meio à queda na arrecadação e nos repasses dos governos federal e estadual, fechar as contas, garantir o pagamento do funcionalismo e manter os serviços à população se tornam uma dificuldade ainda mais latente.
Alguns optam pelo turno único, como no caso de Paverama e Bom Retiro do Sul. Esses são os primeiros municípios do Vale a reduzir o expediente. Ao longo das próximas semanas, a tendência é que mais governos façam o mesmo. Inclusive a própria Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs) inicia um diagnóstico sobre contas públicas e o total de cidades gaúchas que adotarão o turno único.
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Difícil mensurar a economia real dessa medida, mas se trata de uma decisão individual de cada prefeito. Por mais que a justificativa de queda ou atrasos nos repasses das outras esferas governamentais seja a razão do desequilíbrio, também existe a hipótese de erro na gestão.
Talvez esse não seja o caso nas administrações de Paverama e Bom Retiro do Sul, mas abre a interpretação de gastos excessivos ao longo do ano, com uma possível falta de planejamento para cumprir os compromissos do fim de ano.
Entre a responsabilidade das esferas superiores do poder público e a hipótese de desregulação financeira dos municípios, o ponto em comum é a necessidade de administrações públicas cada vez mais eficientes e com o mínimo de interferência sobre os serviços básicos à população.
Em meio aos últimos dias de eleições, uma certeza pode ser afirmada para 2019. Os orçamentos da União e do Estado seguirão apertados. É bem provável que o impacto reflita sobre os cofres dos municípios. Como consequência, programas, convênios e contratos tendem a recair sobre os prefeitos. Pagamentos atrasados sobre municípios e a conta amarga da desassistência em cima da população.

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