No primeiro turno das eleições, 16 seções da região registraram questionamentos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. Para o promotor eleitoral da 29ª Zona Eleitoral Neidemar Fachinetto, as reclamações não foram fatos isolados. “Está muito claro que se trata de uma ação orquestrada por uma candidatura”, afirma.
O promotor abriu um procedimento para investigar os eleitores que fizeram as reclamações. O objetivo é verificar se tiveram dificuldades reais ao votar ou se “cumpriram uma cartilha nacional”, o que, de acordo com Fachineto, é caracterizado crime eleitoral. Será verificado, por exemplo, se essas pessoas divulgavam em redes sociais denúncias em relação às urnas.
Outra providência foi encaminhar as informações para a Procuradoria Regional Eleitoral. O promotor considera que o caso é assunto federal, de competência da Procuradoria Geral da República, pela possibilidade de envolver uma candidatura à presidência. “A própria campanha do candidato Jair Bolsonaro orientava os eleitores a agir dessa forma”, afirma.
Para Fachinetto, está em questão não apenas a lisura da eleição. “A pessoa que insiste que tem fraude na urnas eletrônicas está questionando a propria credibilidade da Justiça.”
TSE descarta fraude
Em entrevista nesse domingo, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, reafirmou que não há qualquer possibilidade de fraude no processo eleitoral. A ministra defendeu que a “desinformação deliberada ou involuntária que sirva ao descrédito da Justiça Eleitoral deve ser combatida com informação responsável e objetiva.”
Rosa classificou as denúncias como “criativas teses” sem base empírica. A ministra afirmou ainda que o sistema de votação das urnas eletrônicas é auditável e que qualquer tentativa de fraude deixaria “digitais”.
A coletiva foi convocada em meio à repercussão da denúncia de que empresários haviam contratado pacotes de envios em massa de mensagens do aplicativo whatsapp contra o candidato Fernando Haddad (PT) e seu partido. A informação foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo na última quinta-feira.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu investigação sobre o caso, a partir de um pedido da candidatura de Haddad. O ministro Jorge Mussi deu um prazo de cinco dias para que Bolsonaro responda aos questionamentos. O prazo encerra hoje.
Auditoria
O 29º Cartório Eleitoral, que compreende a região do Vale do Taquari, realiza hoje à tarde a auditoria das urnas eletrônicas. A chefe do cartório, Maria Betania Rohde, explica que o procedimento é rotineiro e ocorre antes de cada turno em todas eleições.
Depois de serem carregadas com as informações dos candidatos, as urnas são ligadas e testadas. A auditoria é aberta ao público e inicia às 14h. O cartório fica na rua Santos Filho, 394, centro de Lajeado.
Matheus Chaparini: matheus@jornalahora.inf.br