“Ser vegano é uma questão de consciência”

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“Ser vegano é uma questão de consciência”

No prato do lajeadense Roger D’Oliveira, 30, a carne não é uma opção. Tampouco utiliza roupas ou produtos de origem animal. Vegano faz 14 anos, acredita na transformação do mercado de alimento a partir da conscientização. • Por que você…

“Ser vegano é uma questão de consciência”

No prato do lajeadense Roger D’Oliveira, 30, a carne não é uma opção. Tampouco utiliza roupas ou produtos de origem animal. Vegano faz 14 anos, acredita na transformação do mercado de alimento a partir da conscientização.
• Por que você se tornou vegano?
Foi no dia 4 de novembro de 2004. Eu tinha 16 anos. Estava numa aula de Biologia e apresentei um trabalho sobre os mamíferos. Aquilo me intrigou. Comecei a me questionar das razões pelas quais nos tornamos tão dependentes de tirar a vida de outros animais para nosso uso. Precisamos mesmo do ovo da galinha? É necessário ter carne em nossos pratos? Essas indagações mudaram minha vida. Ser vegano é uma questão de consciência. Nem todos têm. A maioria das pessoas sequer pensa sobre isso.
• Muitas pessoas associam o veganismo a uma dieta sem carne e sem derivados de animais. Ao que mais se expande a sua ideologia?
Na verdade, a questão da alimentação é só um detalhe. Não vemos a carne como alimento. O veganismo tem na sua base os questionamentos. Por que o homem usa o boi para entretenimento? Ou ainda, por que se utiliza o cavalo para transporte? É necessário utilizarmos couro como vestimenta? Entre nós, seres humanos, não praticamos o que fazemos com os demais seres vivos.
• Pessoas contrárias ao vegetarianismo ou ao veganismo sustentam que vegetais também são seres vivos e que são mortos para nos alimentar. Como você contrapõe isso?
Preconizamos que os animais têm sistema nervoso. Ou seja, sentem dor e têm ciência sobre a vida. São esses que protegemos – o boi grita, a galinha sofre e o peixe morre asfixiado. São torturados para nos servir. Já os vegetais não manifestam dor. Entendemos que eles existem para serem consumidos. Até porque eles fazem parte também da dieta dos não humanos – como girafas e elefantes, por exemplo.
• Ao que você atribui a falta de um mercado maior que incentive e conscientize as pessoas que a carne não é uma necessidade na alimentação?
A carne no prato é uma cultura. Ainda mais no nosso estado. O mercado só vai investir em uma dieta vegana quando as pessoas deixarem de comer tanta carne. Sou contra fechar frigoríficos ou abatedouros – afinal isso geraria uma crise no mercado e muito desemprego. Acredito é na transformação da indústria, que gradativamente vai produzir mais alimentos de origem não animal. Cada produto que surge no mercado é um incentivo a essa ideia.

Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br

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