Episódios de vandalismo tornam-se corriqueiros pelo Vale do Taquari. Após arruaceiros destruírem lápides no cemitério do bairro São Bento, em Lajeado, a Escadaria de Estrela foi alvo de pichadores nesse fim de semana.
Um local construído com esmero e dedicação de muitas pessoas. Desde servidores públicos, autoridades políticas e a própria população organizada, que a cada evento do Arte na Escadaria lota o espaço e dá uma lição de cidadania ao ocupar um local até bem pouco tempo abandonado.
Demorou anos para que Estrela se voltasse para frente do Rio Taquari. Uma pena que uma minoria consiga danificar um patrimônio de todos. Ainda que o prejuízo seja pequeno, pois basta uma pintura para corrigir, o ato é de grande significado. Mostra a falta de consciência coletiva de alguns. Mostra que alguns grupos desdenham daquilo que é público. Como se isso não lhe pertencesse.
[bloco 1]
Essa banalização do patrimônio público preocupa. Representa a desvalorização da história local. Como se as lições do passado, os marcos das cidades e as pessoas que ajudaram a fundar as comunidades tivessem pouca importância. O indivíduo sem referência perde identidade. Sem memória, comete erros que já deveriam ter sido superados.
A escadaria de Estrela carrega consigo a relevância de ter sido as portas da cidade. As famílias, a produção e as riquezas entravam e saíam daquele ponto. O local era chamado de a “Porta de Estrela”. A escadaria de 105 degraus foi desativada em 1975. Só em 2015 foi reaberta ao público.
As pichações são uma amostra da decadência cultural e educacional no país. O episódio reforça a necessidade de melhorar a qualidade do ensino e disseminar entre os mais jovens o conceito real de cidadania.
Não se trata de exercer esse papel apenas no voto. Significa participação, engajamento e zelo do bem público. Tornar a sociedade mais consciente de seus direitos e de suas obrigações. Exercer essa atuação é fundamental para melhorar o país, o estado, a cidade e o próprio bairro. A mudança se faz todos os dias. Para conseguir alcançar esse ideal, é preciso começar.
