A poucas semanas do aguardado dia das eleições gerais no país, amizades seguem esfacelando-se entre diálogos rudes nas redes sociais, botecos, mesas de jantar, escritórios e salas de aula. A impetuosidade com a qual militantes defendem seus postulantes e – principalmente – atacam o postulante do lado oposto é nocente. E vai deixar cicatrizes, acreditem!
Vivemos em um momento de “provações”. E eu não quero saber quem ou quando iniciou tamanha “polarização” – a palavrinha da moda. Eu estou interessado em saber quem de fato está interessado em desfazê-la. Não quero saber de hipócritas e demagogos tão somente interessados em alimentá-la. Deu. O Brasil não suporta mais.
Faz algum tempo, optei pela discrição nas redes sociais. Percebi, e com mais intensidade nos meses anteriores, que certos “amigos” mais ferrenhos em suas ideologias abandonaram, digamos assim, a minha “amizade” nas ferramentas da internet. Não sei bem o motivo. Mas deve ser por alguma posição política. Opinião adversa. Vai saber.
O mesmo movimento eu percebo ao acompanhar debates acalorados e atuais entre meus amigos nas mesmas redes sociais. A rispidez, a impaciência e também a insegurança prosperam em quase todos os debates. É o momento das provações, reforço. Pessoas imoderadas tentando provar suas convicções. Mas todos estão inseguros. E assim se atacam mutuamente.
Ninguém está livre desta insegurança. E ninguém está livre do que hoje chamamos de “discutir política”, mas que na verdade não passa de pura bravata. De provação. Basta estar on-line em qualquer rede social para, de uma hora para outra, ser desafiado por algum “intelectual” de esquerda ou direita tentando lhe enfiar goela abaixo a posição dele, e já de antemão desrespeitando a sua opinião.
É preciso sim debater política, por favor. Não quero iniciar qualquer campanha contrária a isso. Muito pelo contrário. Eu quero, de fato, debater a política. Sem bravata. Sem rancor. Sem tanta provação. Ou “lacração”. Eu não debato política para criar inimigos. Para alimentar ódio. Qual o propósito disso?
Política é muito mais do que “Lula na prisão” ou “Bolsonaro homofóbico.” Política não se debate só de quatro em quatro anos. Ou de dois em dois. Política é manter saudável uma amizade, independente da posição “política partidária” ou ideológica. É estar presente no dia a dia da família. É respeitar o voto do amigo. Do pai. Da mãe. Do vizinho. Do colega de serviço.
Faltam 17 dias para o pleito. Não sei se vocês perceberam, mas estamos entrando na primavera. A foto desta coluna é da avenida Alberto Müller, em Lajeado, com seus radiantes ipês. Vá até lá. Aprecie. Com calma. Desligue um pouco o celular. Convide aquele amigo “petista” ou “bolsonarista”. Tucano, o que for. Para isso, eu abro meu voto!
Parabéns, gauchada!
Eu tenho visto coisa feia, Tenho visto judiaria,
Mas hoje ainda me arrepia, Lembrando aquela peleia,
Talvez quem ouça – não creia, Mas vi nascer no pescoço,
Do índio do berro grosso, Como uma cinta vermelha
E desde o beiço até a orelha, Ficou relampeando o osso!
Participação popular
É boa a iniciativa do secretário da Fazenda de Lajeado, Guilherme Cé. Para incentivar a participação popular, o governo abrirá espaço para sugestões à Lei Orçamentária Anual do próximo ano. Elas podem ser enviadas para o e-mail sefa@lajeado.rs.gov.br com nome completo, CPF e nome do bairro. O prazo é 30 de setembro próximo. É uma boa forma de colaborar e democratizar – sem emendas impositivas – o recurso público.
Tiro curto
– Governo e vereadores iniciam debate para renovar a Lei Orgânica de Lajeado. Entre as novidades, a possível redução nos recursos da educação. Hoje, representam 30% do orçamento do município. A ideia é reduzir entre 2 ou 3% esse índice;
– Em Estrela, a rua Augusto Frederico Markus passa por um dilema: ou pertence ao município, ou ao governo federal, em função da área portuária. Até lá, a manutenção é escassa;
– Duas propostas: tem candidato que apostou em “chegar antes” até o eleitor. E tem candidato que vai deixar para visitar na última hora. A melhor estratégia? Só depois do dia 7 de outubro;
– Se faltou juízo para alguns, parece ter sido retomado por outros. Foi positiva a votação na câmara de Lajeado que acatou os vetos do prefeito às emendas dos vereadores à LDO 2019, que retirariam R$ 3,7 milhões do Executivo para repassar ao Legislativo em um momento de crise;
– O prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, ainda não avaliou o expediente que sugere aumento no preço do estacionamento rotativo. A empresa quer 12,5% de aumento;
– Em Capitão, famílias reclamam do sinal de telefonia. É um problema crônico em diversas pequenas cidades da região;
– Vale a pena conhecer a nova trilha do Vale do Taquari. São 15,9 quilômetros de belas paisagens. É o Caminhos de Coqueiro Baixo.
Boa quinta-feira a todos!
“Quando defendemos os nossos amigos, justificamos a nossa amizade.”
Marquês de Maricá