Um basta coletivo à violência

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Um basta coletivo à violência

Eu penso todos os dias em sair do país. Todos. Sinto receio de passear à noite na pequeníssima e antes tranquila Lajeado. Medo, por vezes. Nosso país está virado em um barril de pólvora. Um antro de impunidade e criminalidade. E neste triste cenário quem ainda assim celebra a violência contra um presidenciável está carregando consigo um fósforo aceso na boca.
Não podemos celebrar um atentado violentíssimo contra a vida. O presidenciável Jair Bolsonaro não merece morrer. Ninguém merece morrer. A cena daquele delinquente esfaqueando covardemente um senhor de 63 anos é absurdamente repulsiva. Embrulha o estômago de qualquer cidadão íntegro.

martini

(SEM LEGENDA)


É óbvio que as manifestações, ofensas e ações do candidato o colocam como um alvo em potencial. Vivemos em um país violento. Não fosse assim, Bolsonaro não sairia às ruas utilizando um colete à prova de balas. Não andaria cercado de policiais federais. Ele corria esse risco diante da insanidade mental de muitos, e muito também por conta de suas ações.
Ele sabia disso. Todos sabiam. Se viver em qualquer biboca no Brasil por si só já é um risco, viver provocando é ainda pior. Muito pior. Tanto em frente às lojas Riachuelo, no centro de Juiz de Fora (MG), como no conforto de sua casa, no litoral carioca.
Dito isso, ponto final. O óbvio é o óbvio e isso não se discute. Entretanto, correr e talvez assumir determinado risco não significa merecer a pior das punições, a morte. Ou alguém em sã consciência de fato consideraria “justa” a morte violenta do presidenciável? Não. Eu espero que não. Tampouco uma agressão física qualquer.
Ora, sejamos harmônicos. Não há desculpas, escusas ou narrativas repletas de relativismos que justifiquem tamanha agressão contra aquele senhor. Não há, absolutamente. Desta vez, e talvez para o completo desgosto de boa parte da patrulha “antibolsonarista”, ele é a única vítima.
[bloco 1]
É preciso reconhecimento também por parte da esquerda de que não há “culpa” por parte daquele que os provoca, que os instiga a sentir ódio pela ideologia contrária. Não há. Ele foi covardemente agredido por um sujeito cujo passado e motivação ainda renderão capítulos e capítulos nas páginas dos jornais.
Claro, tal fato não fará com que eu vote em Jair Bolsonaro. Mas esta é uma prosa que eu prefiro manter longe das páginas deste jornal, em respeito ao meu leitor que é eleitor de Jair. Eu não estou falando de política. Estou falando de cidadania. E este é o momento de todos darem o exemplo. Todos.
Pois se não somos capazes de separar política de questões humanitárias, como um presidenciável polêmico de um avô e pai de família, por exemplo, então estamos definitivamente no fundo do poço.
Do mesmo poço, diga-se de passagem!


Emendas impositivas

Vereadores de Lajeado insistem na criação das emendas impositivas. E quando os argumentos são apelativos, fica mais claro que a razão anda longe dos corredores do Legislativo. Neca Dalmoro (PDT), por quem mantenho grande respeito, desta vez foi mal. Na ânsia de justificar o repasse individual de recursos pelos parlamentares, disse que o “prefeito decidia sozinho onde gastar”. Todos sabem que isso é uma inverdade. Nem se quisesse, Caumo decidiria sozinho.


Perigo sobre a ERS-129

O trecho entre Estrela e Colinas está um caos em todas as retas e curvas da ERS-129. Tempos atrás era com satisfação que pegávamos essa estrada aos fins de semana para visitar aquela região do Vale do Taquari, passando pelo mosteiro em Imigrante. Pelo cactário. Subindo pelos “fundos” da Lagoa da Harmonia. Mas não dá mais. A quantidade de buracos e a completa falta de manutenção tornam a viagem um risco. O governo do Estado abandonou aquela via!


Tiro curto

– A Secretária de Administração (Sead) de Lajeado, Andreia Brizolara, deixará a função nos próximos dias. Ela será realocada para o setor de Execuções Fiscais. Até o fim do ano, o Gabinete deve ‘tocar’, também, a Sead;
– Ainda nos bastidores, o governo de Lajeado parece hoje mais disposto a aumentar a alíquota paga pelos servidores para abastecer o fundo previdenciário. Hoje está em 11%, mas pode chegar a 14%;
– Na região, começam a surgir denúncias. Alguns comitês de campanha estariam burlando a regra que limita em quatro metros quadrados o tamanho das placas dos candidatos;
– A obra de alargamento da calçada da rua Júlio de Castilhos, em Lajeado, iniciou no dia 15 de maio de 1989. A manchete do jornal: “Prefeitura não permitirá vendedores no calçadão”;
– Em Estrela, terceirizados estariam insatisfeitos com a demora no pagamento dos salários de agosto;
– Morreu no início deste mês o primeiro interno da Clínica Central, de Lajeado. Mário Fabris celebrou 32 anos e três meses de sobriedade. “Foi um dos limões que deu limonada”, emociona-se o amigo, Roque Lopes.
– Em algumas cidades da região, CCs são “convidados” a saírem de férias neste período de campanha para auxiliarem candidatos à assembleia e câmara federal;
– Cíntia Agostini, presidente do Codevat, encaminhou documento aos candidatos ao governo do Estado com mais de 80 projetos engatilhados para o Vale;

Boa quinta-feira a todos!

“O universo é uma harmonia de contrários.”
Pitágoras

 

Acompanhe
nossas
redes sociais