O Grupo de Ações Especiais (Gaes), agentes do presídio de Encantado e da 8ª Delegacia da Susepe fizeram uma varredura nas celas da instituição na tarde de ontem. O movimento assustou moradores próximos devido ao barulho de explosões e gritos.
Sobre esse fato, o administrador da casa prisional, Gustavo Hamann de Freitas, explica que o Gaes usa bombas de som para atordoar os detentos e facilitar a retirada deles de dentro das celas. “Não houve confusão. Isso faz parte da operação padrão dos agentes.”
Conforme Freitas, a operação é uma resposta ao princípio de rebelião ocorrido no sábado, quando os presos colocaram fogo em colchões e atiraram pedras na guarita. “Essa é uma forma de manter a ordem e a disciplina.” Seis detentos apontados como possíveis líderes do motim foram transferidos. A ação começou por volta das 14h e foi encerrada às 16h.
O presídio de Encantado tem capacidade para 36 pessoas no regime fechado. Hoje são 93 nas celas. Para reduzir as possibilidades de coação de detentos para grupos criminosos, diz Freitas, a inteligência da Susepe avalia o perfil do preso para que se priorize indivíduos da região alta do Vale. “Na medida do possível, fazemos esse controle. Os de fora, procuramos remanejar para outras casas prisionais.”
Viagra no presídio
Ao todo, participaram da operação 38 agentes penitenciários. Eles encontraram 11 celulares, carregadores, seis chips, 13 facas artesanais e 59 comprimidos semelhantes a Viagra. “Em um primeiro momento, pensamos ser drogas sintéticas. Mas fizemos uma pesquisa e praticamente confirmamos se tratar dessa medicação.”
De acordo com o administrador, os comprimidos estavam em uma cela. Isso, na avaliação dele, indica que as pílulas eram vendidas dentro do presídio. “Tem se tornado comum encontrar Viagra. Virou uma espécie de tráfico”, afirma. Para entrar na instituição penal, qualquer medicamento deve ter prescrição médica.
Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br
