“Temos que dar exemplo de cidadania”

ENTREVISTA COM OS CANDIDATOS

“Temos que dar exemplo de cidadania”

Vereador em Lajeado pelo terceiro mandato, Paulo Tóri (PPL) se lança a deputado federal para defender a melhoria dos serviços públicos nas comunidades humildes do Vale

“Temos que dar exemplo de cidadania”
Vale do Taquari

Paulo Tóri – PPL | Candidato a deputado federal
Nome: Paulo Adriano da Silva
Idade: 50
Profissão: vendedor
Naturalidade: Lajeado

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Histórico político:
Com três mandatos como vereador de Lajeado, Paulo Tóri almeja conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados para representar o Vale do Taquari. Entrou na política no início da década de 1990.
Foi eleito pela primeira vez em 1996, pelo PT. Em 2008, se reelegeu pelo PDT. Presidiu o parlamento lajeadense em 2011.
De 2013 a 2016, compôs o alto escalão do governo do ex-prefeito Luís Fernando Schmidt (PT), no cargo de secretário da Juventude, Esporte e Lazer. Em 2016, voltou ao Legislativo, pelo PPL.

Vida comunitária:
Natural e morador até hoje do bairro Morro 25, Tóri afirma ter uma atuação importante como líder da localidade.
Acredita ter aprendido com o pai o perfil de ativa participação nas organizações comunitárias, como a associação dos moradores, atividades do futebol, entre outras. “Sempre fui um cara de bom coração, de família, que procurou ajudar as pessoas da comunidade, primeiro com um trabalho focado no Morro 25. Com o passar do tempo, isso foi abrindo para outras localidades”, destaca.
Por essa participação ativa, começou a receber o apoio das pessoas. “A comunidade me deu essa ideia. Eles disseram que precisavam de alguém para representar os bairros mais carentes de Lajeado.”


A Hora – Por que você se candidata a deputado federal?

Paulo Tóri – Depois de tanto tempo como vereador, incluindo a experiência como secretário municipal, achei que era o momento de dar um pulo maior. O nosso partido também é uma sigla pequena que também busca um crescimento em nível estadual e nacional. Como já estou há tanto tempo na vida pública, decidi aproveitar a oportunidade que me surgiu para concorrer a deputado federal. No Congresso, quero tentar buscar mais recursos para o Vale do Taquari e ajudar as pessoas principalmente na área da saúde. A maioria das pessoas nos bairros mais carentes e de classe média baixa não tem plano de saúde, e a gente sabe das dificuldades que as pessoas têm. Há vários outros projetos também que temos esperança de viabilizar, na educação, agricultura, terceira idade e outras áreas. Nós temos hoje uma deficiência de representantes. Temos 350 mil eleitores no Vale, mas não temos nenhum deputado federal. Coloco o meu nome à disposição, visando o melhor para a nossa região.

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Se eleito, como será sua atuação junto à comunidade do Vale do Taquari? De que forma pretende articular as prioridades da região dentro do parlamento?

Tóri – Se eu for eleito, a minha atuação vai ser muito ativa no Vale do Taquari. Eu sei das diversas dificuldades e problemas que a região tem, pela minha vivência e porque eu respiro isso no dia a dia. Sabemos dessa necessidade de ter um representante em Brasília. Eu moro em Lajeado, mas rodo muito pela região. Temos muitas necessidades de recursos. Hoje nós não temos projetos recebendo recursos aqui porque não temos representantes lá. A minha visão é essa. Se eleito deputado federal, é claro que a gente vai trabalhar pelo estado, mas com foco na nossa região. As entidades que ajudam a planejar o desenvolvimento do Vale são muito importantes. Sozinho não se consegue nada. Como deputado federal, quero trabalhar com esses movimentos porque eles conhecem a nossa realidade e ajudam a nos engrandecer. Essas instituições têm que fazer parte do time do deputado.

A descrença na política está cada vez maior. Qual sua estratégia para convencer o eleitor a acreditar nas suas propostas?

Tóri – Hoje o país não acredita mais nos seus políticos devido a toda essa bagunça que virou o Brasil. Para colocar o nome à disposição para concorrer a um cargo público, a gente tem que dar exemplo de cidadania. Hoje precisamos na política de pessoas de confiança e que façam valer os votos dos eleitores. Tem muita gente desacreditada com tudo isso que está acontecendo. Precisamos colocar pessoas novas na política. Eu sou brasileiro, acima de tudo, e acredito que o país pode melhorar.

A eleição federal e estadual muitas vezes serve de trampolim para as eleições municipais. Ou seja, candidatos lançam nomes para se promover a cargos em esfera municipal na eleição seguinte. O que você pensa sobre isso?

Tóri – Eu acho que cada um tem o direito de avaliar a sua própria estratégia. Nesse momento, eu trabalho para me eleger deputado federal pela bagagem que eu tenho na vida pública. Por tudo o que eu conheço da cidade e da região, quero estar em Brasília para conseguir trazer recursos para cá. A eleição municipal é um outro momento. Hoje eu só viso a eleição federal. Na minha cabeça está isso desde que o partido me deu essa oportunidade. Eu nem teria porque fazer isso pensando lá na frente , até porque o meu nome já é bastante conhecido pelo tempo que estou na política. Irei até o fim, com os pés no chão, acreditando que eu posso me eleger. Mas cada um joga do jeito que pode. Tem partidos que lançam nomes sim, visando eleger pessoas a vereador ou a prefeito. Acho que a gente tem que respeitar. Esse é um momento muito importante para os eleitores avaliarem bem cada candidato antes de decidir o seu voto.

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Nossa matriz econômica está sustentada no setor de alimentos. Temos sofrido, nos últimos anos, por adoções de políticas públicas equivocadas, especialmente na cadeia de leite. Se eleito, como pretende trabalhar pelo fortalecimento da nossa principal base econômica?

Tóri – Por isso que insisto que precisamos de um deputado federal. Temos poucos recursos nessa área, o que prejudica as pessoas que trabalham no setor. Falta fiscalização também. No momento que tivermos representantes buscando recursos, vamos conseguir ampliar os investimentos, ter mais fiscalização e o sistema vai começar a fluir. Se não tivermos representantes, mais recursos e fiscalização, a coisa não funciona, seja numa empresa, na agricultura ou em qualquer área.

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Temos problemas de infraestrutura graves. Rodovias insuficientes e precárias, enquanto outros modais, como ferroviário e hidroviário, continuam obsoletos. Qual é sua proposta de atuação nessa área?

Tóri – Sem representantes em Brasília, temos muitas dificuldades para fazer funcionar qualquer tipo de projeto. Se eleito, vamos nos organizar com as entidades para compreender bem os nossos problemas e trabalhar as nossas estratégias. Não tem outro jeito para fazer qualquer melhoria, seja na BR-38 ou na RST, sem representantes lá. Temos muitas dificuldades para trazer projetos. Os recursos estão cada vez mais distantes daqui. Isso é uma coisa natural. Quem trabalha com política sabe que o primeiro passo para tudo isso é termos um representante em Brasília.

Qual é a sua avaliação sobre a implantação de pedágios? Como seria o modelo ideal?

Tóri – Sou contra. Nossa região não está sendo vista como nossas autoridades pediram, alertaram. A forma como estão sendo feitos os pedágios é danosa. Não há respeito aos municípios, justamente onde passa a BR-386. Nas rodovias estaduais também está ruim. Está tudo sucateado. Aliás, em boa parte do estado, está impossível para o motorista transitar. É preciso ouvir a população e não implantar medidas guela abaixo como fazem.

Infelizmente, os responsáveis não avaliam os impactos para a região. Como não temos representantes ativos, não somos ouvidos. Quem paga o preço é a população da região.

Em tempos de crise econômica, políticas de austeridade são adotadas pelos governos. Dentro desse debate, está a privatização de estatais. Qual é a sua opinião sobre isso?

Tóri – Sou contra a venda de estatais. Não há um plano para o país. Entra governo, sai governo e o assunto é sempre o mesmo. Só troca a sigla partidária, mas na direção das empresas públicas seguem os mesmos nomes. Precisamos de planejamento para as estatais. Governos entram no buraco e vendem as estatais sem resolver o problema.

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br | Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br

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