Advogado de Lajeado defende agressor de Jair Bolsonaro

Vale do Taquari - ataque a bolsonaro

Advogado de Lajeado defende agressor de Jair Bolsonaro

Marco Mejia atua na banca de Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso do atentado contra Jair Bolsonaro (PSL). O advogado com escritório em Lajeado viaja nos próximos dias a MG para se juntar ao restante da equipe, encabeçada pelo profissional do Direito, Zanone Manuel de Oliveira Júnior. Ambos também atuaram juntos no caso do ex-goleiro do Flamengo, Bruno

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A tese de defesa de Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso do atentado contra Jair Bolsonaro (PSL), também é projetada de dentro de um escritório localizado na rua Francisco Oscar Karnal, em uma antiga casa construída na área central de Lajeado, onde trabalha o advogado criminalista, Marco Alfredo Mejia.

Ele mantém sociedade faz mais de cinco anos com o especialista em Direito Criminal, o advogado e professor natural de Contagem (MG), Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que está em Minas Gerais para também defender o esfaqueador. O acusado foi preso pela Polícia Federal (PF) após atingir o presidenciável com uma facada no abdome, na quinta-feira passada, em Juiz de Fora (MG).

A banca de advogados de defesa ainda é formada por ao menos outros três profissionais. Entre eles, Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, Marcelo Manoel da Costa e Fernando Costa Oliveira Magalhães, que representam escritórios em Belo Horizonte e Região Metropolitana de Minas Gerais, além da cidade de Barbacena, no mesmo estado. Alguns já reclamam de ameaças.

Em Lajeado, comenta Mejia, a participação dele vem ocorrendo por meio de “reuniões on-line” com os demais advogados de Oliveira. Nos próximos dias, ele viaja para Minas Gerais. “Sou associado e atuarei. Já tivemos duas reuniões sobre o caso”, afirma. Sobre a repercussão nacional, o profissional do Direito demonstra tranquilidade. “Eu trato como mais um caso”, resume.

Não será o primeiro caso de repercussão nacional do advogado de Lajeado. Ele atuou na defesa do ex-policial civil, Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, condenado pela morte de Eliza Samúdio, também em MG. A mulher era amante do ex-goleiro do Flamengo, Bruno, condenado como um dos mandantes do crime que chocou o Brasil em junho de 2010. Zanone foi advogado do próprio atleta.

Tese e custeio da defesa

Em entrevista concedida na sexta-feira passada, em Juiz de Fora, Zanone Manuel de Oliveira Júnior foi questionado sobre a identidade do contratante. Disse apenas que se trata de uma pessoa do município de Montes Claros (MG), que pediu sigilo. O agressor vivia na cidade do norte de Minas Gerais, onde o advogado leciona em uma universidade. Mejia também não abriu detalhes sobre quem os contratou. “Ninguém precisa saber”, resume.

Ainda de acordo com Zanone, só foram acertados os custos de deslocamentos e da atuação da defesa em Juiz de Fora. Ele nega que estejam sendo pagos por uma igreja. O contrato atual prevê atuação só na fase da investigação. Ao Estadão, ele também negou financiamento por partidos políticos. Entre esses, citou o PT. “Não tem nada disso. Agora, a gente receberia de qualquer um. Se o partido do Bolsonaro nos contratar, a gente defende. Não temos nada contra o Bolsonaro.”

A defesa deve pedir o “incidente de insanidade” de Oliveira. Segundo os advogados, o agressor usa medicação controlada. “Ele acredita que fez aquilo para proteger as pessoas, a Nação de um facínora”, disse Fernando Magalhães, também ao Estadão. Ainda no sábado, o autor confesso do atentado foi transferido para um presídio federal de Campo Grande (MS).

Oliveira foi indiciado na Lei de Segurança Nacional. A PF informa que ele passou por 39 empregos nos últimos 15 anos, todos com salários considerados baixos. Na pousada onde ele estava em Juiz de Fora, pagou R$ 400 em dinheiro por dez dias. No local, os policiais encontraram quatro celulares e um notebook. A Justiça autorizou a quebra de sigilo dos equipamentos eletrônicos.

Zanone em Lajeado

Zanone já atuou em júris em Lajeado. Em 2015, ele e Mejia defenderam Altair Teixeira Carvalho, acusado de homicídio doloso de trânsito cometido em 2013, na BR-386, em frente ao shopping. O motorista trafegava no sentido capital-interior, invadiu a pista contrária e atingiu uma Pajero, matando Lisandro Stroher de Mello e Igor da Silva de Mello, pai e filho. Carvalho apresentou 0,8 miligramas de álcool por litro de ar expelido, e foi condenado a 15 anos e nove meses de prisão.

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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