A ideia de votar em gente da região começa a ganhar força no Vale
Até que enfim, a população começa a despertar para a importância de votar em líderes políticos locais. Tenho escutado e presenciado muita gente manifestar decisão no voto por alguém da região, seja a deputado federal ou estadual. Ao menos entre os formadores de opinião, essa é uma convicção em ascensão.
As pessoas começam a se dar conta de que votando em alguém de fora fica mais difícil recorrer num futuro pleito. O deputado, quando local, está mais próximo, tem raízes e familiares que permeiam o círculo social. Além disso, candidatos de outras regiões, embora importantes no contexto geral, não têm o mesmo compromisso com a região, nem criam a representação política necessária ao Vale que, por consequência, enfraquece nas suas reivindicações.
Esse é um entendimento fundamental de uma região que se pretende desenvolvida. Não resolve apenas criticar ou generalizar a qualidade dos candidatos locais. Ilusão é pensar que se trata de um problema apenas nosso. Tem muita gente fraca também nas outras regiões.
Aliás, tenho prestado atenção em todos os candidatos do Vale do Taquari. Alguns surpreendem, positivamente, pela visão, propostas e intenções. O contrário também é verdadeiro, mas devo reconhecer que o movimento de participar do processo eleitoral, de colocar-se à disposição, é fundamental para o nosso amadurecimento político.
Ainda que alguns estejam no pleito apenas para tirar vantagem ou de olho em algum cargo futuro, existem candidatos merecedores do nosso voto, e em plenas condições de realizar um bom trabalho legislativo ou no Congresso Nacional.
A partir da edição de hoje, até as eleições, buscarei trazer neste espaço alguns exemplos de candidatos locais, aos quais recomendo que o eleitor preste atenção. Hoje, falo de Ricardo Wagner (PR) candidato a federal, Enio Bacci (PDT) e Sidnei Eckert (MDB), ambos candidatos a estadual. Na próxima semana, comentarei sobre outros.
Além disso, o A Hora começa nesta terça-feira, 4, a publicação de entrevistas com todos os representantes do Vale, numa iniciativa do jornal para que o eleitor conheça melhor quem são os postulantes locais.
Se quisermos melhorar nossa região, nossa cidade ou nosso bairro, então, teremos de ter representação política. Espero que possamos debater mais sobre propostas e iniciativas, e menos sobre moral e ética dos candidatos. Os dois últimos atributos deveriam ser regra, e não exceção.
Um dia chegaremos lá!
Doenças entram na boca
O cientista alimentar, Tiago Rocha, empolgou o público na abertura do Seminário do Sincovat, na manhã dessa sexta-feira. Ele falou dos piores e melhores alimentos do mundo. Sem papas na língua, atacou o óleo de cozinha aquecido, o refrigerante, os sucos em caixinha, a margarina e o açúcar. Recomendou velhos hábitos e práticas dos nossos antepassados, como o uso de banha, consumo de frutas, verduras e chás caseiros para enfrentar o câncer, o colesterol, o diabetes e as doenças do coração. Foi aplaudido de pé, mas assustou quem não leva a qualidade da alimentação a sério. Depois da palestra, tinha fila para comprar seu livro.
Inovação e expansão de negócios
O projeto Negócios em Pauta de setembro traz um tema fundamental no atual contexto: inovação e o ciclo tecnológico. Integra o painel do workshop, no dia 25 de setembro, o lajeadense Fernando Röhsig, que retorna de uma imersão ao Vale do Silício, com a comitiva brasileira do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Röhsig será o sabatinado da noite, com a provocação de Simone Stülp, diretora do Tecnovates.
O evento pretende despertar o empresariado para as transformações e inovações em curso, e como as empresas locais podem se apropriar deste ciclo de transformação do mundo dos negócios. Será imperdível.
Foco na segurança
O juiz Luís Antônio de Abreu Johnson foi convidado pelo deputado estadual, Enio Bacci, para ser um coordenador na criação de um plano estadual de ampliação dos 30 presídios gaúchos. “O primeiro ato, no dia 1º de janeiro, se reeleito, será propor isso ao novo governo, via regimento da Assembleia. Será um modelo similar ao organizado pelas lideranças que ampliaram o Presídio Feminino de Lajeado”. Bacci sustenta ser mais fácil, rápido e econômico ampliar os complexos existentes, ainda mais em um modelo comunitário. Seria possível criar nove mil vagas, o que equivale a uma dezena de novos presídios.
Outra proposta de Bacci será articular a aprovação de uma emenda na Constituição estadual para obrigar os futuros governos a repor o efetivo de policiais aposentados a cada ano, bem como acrescer 10% desse contingente, até um período de dez anos. Hoje o Estado tem 15 mil policiais militares. Há 25 anos, tinha 30 mil.
Fortalecer e articular a região
O ex-prefeito de Arroio do Meio, Sidnei Eckert, se eleito deputado estadual, em outubro próximo, quer promover um grande movimento de articulação regional. Ele defende um Vale com voz mais ativa nas decisões do Estado. Para isso, não pode mais ignorar a importância da articulação integrada entre todas as lideranças políticas, empresariais e sociais.
Ele cita o Codevat como ferramenta essencial nesse processo, o qual deve ser fortalecido e apoiado pelas forças políticas locais. Eckert também cita a duplicação da RS-130 e as obras de infraestrutura que o Vale não recebe, diferente de Santa Cruz do Sul, onde há mais unidade política e estratégia de articulação.
Por último, Eckert quer ser um defensor do cooperativismo, modelo mais justo e capaz de diferenciar a região perante os desafios vindouros.
Linha semelhante adota o estrelense, Ricardo Wagner, candidato a deputado federal pelo Partido da República. Mestre em Engenharia, empresário e professor universitário, tem vasta experiência em liderança. Por ocasião de sua visita ao A Hora, tive a oportunidade de conversar com mais profundidade sobre alguns temas que importam à região. Wagner faz uma leitura correta sobre os desafios de um vale de alimentos que precisa agregar valor aos seus produtos.
Como empresário do ramo calçadista, conhece mais de 50 países. Para isso, defende uma postura mais estratégica, a qual precisa ser estimulada, culturalmente, na sua opinião.
O candidato do PR, se eleito, reforçará a legião de evangélicos no Congresso Nacional. Aliás, é nesse público que ele pretende consolidar sua eleição no RS.