Viva a Música!

Opinião

Ricardo Petter

Ricardo Petter

Músico e professor

Viva a Música!

Oi, gente! Hoje o nosso papo é sobre música e tecnologia. De maneira específica, a tecnologia digital tem transformado de maneira significativa a forma como nos comunicamos, o jeito de consumir conteúdo, o acesso à informação, o compartilhamento de histórias e eventos diários e, é claro, a forma de como nos relacionamos com a música – conhecer novos artistas, estilos e tendências musicais, utilização de suporte para ouvir e reproduzir música.
É impossível pensar o mundo sem considerar as tecnologias digitais de informação e comunicação. E as crianças entram em contato com equipamento digitas cada vez mais cedo… Ouvimos, com naturalidade, que os bebês agora já nascem com o dedinho touch e sabem usar o celular melhor do que a vovó. Mas, as recomendações internacionais sobre oferta de telas eletrônicas e audiovisuais às crianças servem como um referencial. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a interação com audiovisual a partir de 24 meses. Também, a Academia Americana de Pediatria (AAP), um dos órgãos de referência mundial no campo da saúde infantil, orienta que o contato com qualquer tipo de tela é desrecomendável a crianças menores de 18 meses.
Vivemos, sem dúvida nenhuma, a era da revolução digital. Entretanto, não podemos esquecer que todo esse aparato eletrônico e cibernético é um conjunto de ferramentas, para leitura e interação virtual com o mundo, e deve ser aprendido e utilizado com cuidado e responsabilidade.  Infelizmente, na correria do dia a dia, é comum que muitos pais adotem recursos tecnológicos para entreter os filhos, enquanto se dedicam às tarefas de casa ou trabalho, ou simplesmente para ter um almoço “sossegado” em um restaurante. Oferecem às crianças tablets ou smartphones terceirizando a sua presença, como se isso fosse, no mínimo, compensatório. Somos responsáveis pelo desenvolvimento intelectual de nossos filhos, de nossos alunos. E, banalizando a oferta de recursos tecnológicos às crianças como forma de distração, corremos o risco de formar uma geração de crianças com menos paciência, com dificuldade de atenção e com pouca capacidade de se esforçar.
Como provocação musical, deixamos um contraponto com esta frase do espanhol Álvaro Bilbao, neuropsicólogo e autor do livro O Cérebro da Criança Explicado aos Pais, que recomenda: “se querem ter filhos (mais) inteligentes, tirem o iPad e deem a eles um instrumento musical”.  Sabemos que ensinar música para as crianças desenvolve diferentes linguagens e habilidades na infância, não somente musicais, como também motoras, sociais, emocionais e cognitivas. Com a música, a criança tem a oportunidade de melhorar sua comunicação, atenção e memória, contribuindo para uma infância com um pouco mais de paciência, de sensibilidade e contemplação. Então… Viva a Música!

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