AEF é o Vale no Gauchão

Futebol feminino

AEF é o Vale no Gauchão

No domingo, time recebe o Internacional, no campo do Aimoré, em Linha Delfina, Estrela

AEF é o Vale no Gauchão

A Associação Estrela Futebol (AEF) surge com a intenção de difundir ainda mais o futebol feminino no Vale do Taquari. Fundada em janeiro de 2017, a equipe faz história no Gauchão feminino.

Em um campeonato com a particiação de Internacional e Grêmio, a equipe se destaca. São três vitórias em três jogos. Neste domingo, disputa a liderança com o Internacional. A partida inicia às 15h30min no campo do Aimoré, em Linha Delfina, Estrela. O ingresso é um quilo de alimento não perecível.

Conforme o treinador David Junior da Silva, 28, a expectativa antes de iniciar a competição era de montar um grupo forte para não ser rebaixado e depois buscar uma vaga no mata-mata. “Com os pés no chão, queremos buscar a sonhada vaga para série A2 do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino.”

Na classificação, a AEF lidera com 9 pontos, seguida de Internacional (6), Ijuí (3), Brasil e Palestra (sem pontuar).

A AEF

Após ter trabalhado nas categorias de base de equipes de futebol profissional masculino, Silva viu que faltava no Vale do Taquari um espaço para as mulheres. No início de 2017, organizou uma peneira e hoje a entidade conta com cem atletas nas categorias sub-13, sub-15, sub-18 e adulto. “Hoje nossa equipe é referência em todo o RS. Conseguimos captar atletas de muito bom nível, dando alojamento a elas em Estrela.”

Em 2017, o time venceu o Circuito Sulbrasileiro de Futsal categoria sub-15 e sub-17 disputado em SC. Este ano, já conquistou a Copa Piá nas categorias sub-13 e sub-15 de forma invicta. Em julho, participou de um torneio em Montevidéu, no Uruguai. “Nosso grande sonho é ter uma boa estrutura para treinos e receber jogos. Claro que também participar de campeonatos nacionais e internacionais.”

AEF lidera seu grupo no Gauchão com 9 pontos em três jogos disputados

AEF lidera seu grupo no Gauchão com 9 pontos em três jogos disputados

Treinamentos

Os treinos das categorias de base ocorrem às segundas, quartas e sextas-feiras, no Parque Princesa do Vale. Já a equipe adulta treina às quintas-feiras e sábado, no campo do bairro Imigrante. Os trabalhos iniciam às 19h.

Para participar, basta acessar a página da equipe no facebook (aeffeminino) ou se dirigir ao campo nos dias de treino. Para as categorias de base, o custo é de R$ 30. Adultos não pagam.

Entrevista

“Acredito que ainda estamos longe, mas no caminho certo”

Uruguaio, David da Silva trabalha no Brasil faz quatro anos e destaca o crescimento do futebol feminino.

A Hora – Como você avalia o crescimento do futebol feminino? As barreiras do machismo estão sendo ultrapassadas?

Silva – Acredito que ainda estamos longe, mas no caminho certo. A grande dificuldade do futebol feminino, assim como no amador, é de pessoas para comandar sem preparo suficiente na parte esportiva, acadêmica e estrutural. Chega um momento em que se cresce tão rápido e o patamar é outro, o profissionalismo.

O que falta para o futebol feminino ser mais reconhecido e elevar a profissionalização das atletas e da categoria como um todo?

Silva – Hoje conhecemos casos de meninas que ganham dinheiro em amadores, então, não querem jogar gauchão, alguns casos entendemos, mas têm meninas que têm condições de viver do futebol porque são muito diferenciadas. Temos duas jogadoras de 18 anos que estão sendo observadas pela seleção brasileira sub-20 e algumas que farão parte da equipe do Peñarol, do Uruguai, na Libertadores de Futebol Feminino, em outubro, em Manaus.

Qual a situação mais marcante que já vivenciou no futebol feminino?

Silva – Uma atleta amamentando o filho no intervalo de um jogo.

Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br

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