O número de candidatos aos cargos de deputado federal e estadual provenientes da região cresceu em quatro anos. Se em 2014 o Vale apresentou 11 postulantes as 55 cadeiras da Assembleia Legislativa e outros três para as 31 vagas gaúchas da Câmara Federal, neste ano, são 21 postulantes, 15 para o legislativo estadual e seis para o federal.
Eles disputam com outros 1,2 mil candidatos de todo o RS. Desses, 809 concorrem para a Assembleia e 416 para a Câmara Federal. O Vale tem dois deputados estaduais e nenhum federal na atual legislatura, número considerado baixo diante da relevância econômica da região. Por isso, entidades fazem campanha para ampliar a representatividade regional.
Presidente da CIC-VT, Pedro Barth afirma que a entidade organiza um debate com demais associações com os candidatos do Vale. “Ainda não definimos o formato e se faremos apenas um com todos os candidatos ou dois, separando os postulantes à Assembleia dos à Câmara.”
Segundo ele, a intenção é que os encontros sejam temáticos, debatendo propostas sobre educação, saúde, segurança, logística e desenvolvimento regional. Para Barth, hoje a região carece de um canal de acesso aos governos estadual e federal.
“A sorte é que o Vale é organizado e tem seus segmentos que trabalham voluntariamente para o bem da região”, aponta. Lembra que hoje não existem representantes da região no primeiro ou segundo escalões do Piratini e do Planalto.
“Temos uma faculdade que prepara pessoas qualificadas que poderiam ocupar esses cargos”, ressalta. Conforme o presidente da CIC-VT, este também é um momento oportuno para pressionar os políticos a olharem mais para o Vale do Taquari.
Votação dividida
Presidente do Codevat, Cíntia Agostini acredita que o grande número de candidatos no Vale pode reduzir as chances de eleger representantes da região. Lembra que a região tem pouco mais de 270 mil eleitores. “Fica difícil eleger uma bancada representativa com tantos candidatos e esse número de votantes.”
Ressalta que a ampliação do número de candidatos no Vale é um movimento legítimo, usado pelos partidos para ampliar a visibilidade das campanhas. Ressalta que o interesse pelo Vale aumentou, uma vez que mais candidatos de fora procuram se inteirar sobre a região.
“Ampliou muito essa procura. Os políticos querem entender a região e para isso precisam ouvir nossas demandas e conhecer o Vale para se apropriar dele”, aponta. Lembra que os parlamentares têm uma função além da de legislar, que é a de mediar as necessidades da região com as outras instâncias, seja no Executivo estadual ou federal.
“À medida que se apropriam do Vale e compreendem nossas demandas, farão isso imediatamente”, acredita. Conforme Cíntia, todos os deputados eleitos em 2014 fizeram votos no Vale. Segundo ela, é preciso avaliar o quanto esses votos resultaram em comprometimento efetivo com a região.
CANDIDATOS A ESTADUAL
Responsabilidade do eleitor
Cíntia acredita que o grande desafio deste ano é, além de ter candidatos comprometidos com a região, fazer com que a sociedade perceba quanto esse comprometimento é verdadeiro. “Isso pode ser um diferencial.”Ampliar no Vale do Taquari a perspectiva do desenvolvimento sustentável como responsabilidade coletiva, priorizando o saneamento básico.
Segundo ela, uma das dificuldades para a eleição de representantes que lutem pelo desenvolvimento da região é o voto impulsionado por outros apelos, como o destinado a ex-jogadores de futebol ou artistas, assim como as abstenções.
“Não é o voto nulo ou branco que vai resolver problemas, nem o voto por paixões ou idolatrias”, alerta. Para Cíntia, o Vale precisa que os eleitores escolham pessoas que farão pela região, não aqueles que aparecem na época da campanha, fazem votos e depois nunca mais ajudam.
“A democracia representativa exige que sociedade exerça o voto consciente”, resume.
Para Barth, é fundamental que os eleitores conheçam bem seus candidatos, pesquisando sobre o passado ético e objetivos. “Precisamos ter muito cuidado, em especial com o Congresso, onde nos últimos anos se formaram bancadas baseadas em interesses próprios”, aponta. Segundo ele, analisar quais candidatos realmente fizeram algo pela região é o primeiro passo para um voto consciente.
CANDIDATOS A FEDERAL
Prioridades para o desenvolvimento
O Codevat elaborou documento sobre as prioridades regionais definidas durante as assembleias da entidade. O material será apresentado aos postulantes aos cargos de deputado federal, estadual, senador e governador.
Ao todo, são seis estratégias. A primeira delas é a de construir o Vale do Taquari a partir da perspectiva do desenvolvimento harmônico e sustentável. Para isso, aponta a necessidade de priorizar as áreas da educação, saúde, segurança e o combate à dependência química
A segunda estratégia é a de consolidar a região como referência em produção de alimentos, agregando valor e obtendo a maior parte de integração nas operações produtivas provenientes do agronegócio.
O terceiro ponto é apostar no empreendedorismo, inovação, pesquisa, desenvolvimento e formas associadas como fundamentos do crescimento regional. Em seguida, está ampliar no Vale do Taquari a perspectiva do desenvolvimento sustentável como responsabilidade coletiva, priorizando o saneamento básico.
A quinta estratégia apontada pelo Codevat é a de agregar valor em novas cadeias de forma a promover a diversificação produtiva do Vale do Taquari. Por fim, o documento aponta para o aprimoramento da matriz estrutural, o que inclui o investimento em energias renováveis, infraestrutura rodoviária e de telecomunicações.
Debate reúne especialistas
Veículos de comunicação, Justiça e MP Eleitoral do Estado promovem na próxima semana workshop com o tema “Fake News e Eleições”. O evento ocorre no dia 21, a partir das 8h, no auditório do Ceat.
Serão debatidos assuntos como a lei eleitoral, o funcionamento das redes sociais, a propagação das notícias falsas e a responsabilidade de quem as compartilha. O evento visa auxiliar a proporcionar uma campanha eleitoral mais limpa e transparente ao eleitor, para que saiba como e onde encontrar informações credíveis.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no Ceat pelo 3714-2729 ou pjcivellajeado@mprs.mp.br.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br | Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br