Música: Caminho para a Felicidade

Opinião

Ricardo Petter

Ricardo Petter

Músico e professor

Música: Caminho para a Felicidade

Nada existe de novo ao se dizer que a música é importante para o processo de formação integral e para a grandeza espiritual do ser humano. Como também, não é novidade lembrar que a música pode ser utilizada, tanto para libertar e fortalecer o indivíduo em suas opções de realização e dignidade, quanto para transformá-lo em simples consumidor de ideias e modismos. As crianças desconhecem estes acontecimentos e, como em todos os tempos, continuam gostando de cantar, tocar e dançar. Em sua ingenuidade própria, aceitam o repertório que lhes é apresentado e acreditam naquilo que os adultos que as cercam afirmam ser, ou toleram por verdade. E assim escolhem valores, modelam esperanças, determinam o seu e o nosso futuro. O conhecimento da diversidade musical torna-se então, condição essencial para realizar escolhas críticas: caminho para a cidadania, caminho para a felicidade.
Entender e compreender a fundamental importância da música no processo de formação das crianças – como patrimônio cultural, como objeto de conhecimento, como forma de linguagem e expressão dos sentimentos – é senso comum entre os educadores e na maioria das instituições de ensino. Porém, o desafio atual é estabelecer novos métodos e práticas pedagógicas a fim de construir condições para que, através do ensino da música, a educação possa realmente contribuir para que as pessoas sejam mais felizes e plenamente realizadas. As escolas deveriam pensar e experimentar a música com esse desafio, acolhendo-a como meio de desenvolver a inteligência e a integração da criança, da sensibilidade e criatividade e contribuindo na promoção de valores humanos.
A música proporciona uma dimensão sensível ao ser humano não alcançável por nenhum outro campo do conhecimento. E a educação musical deve considerar a música como valor de desenvolvimento musical e como valor de desenvolvimento integral. E, cabe a nós educadores, orientarmo-nos pelas abordagens e produções que respeitam e valorizam o universo infantil: em primeiro lugar, tomar consciência da nossa responsabilidade quanto à formação cultural das crianças; e, depois, buscar recursos para oferecer uma formação baseada por valores de respeito à diversidade artística e cultural.

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