Em todos os eventos corporativos e de negócios, tenho escutado a mesma coisa: toque o coração das pessoas.
Pois é! Tocar o coração das pessoas, gerar emoções. Parece interessar mais o que sentimos do que a relevância do fato em si. É como se, de repente, discernir ficou fora de moda.
E, por vezes, se confunde emoção e comoção. Isso inclui desde um cachorrinho faminto até uma bizarrice qualquer. Pouco importa se é relevante, basta contar uma história “bonitinha” ou “triste” para cair na graça do público e viralizar nas redes. É algo, no mínimo, intrigante.
Mas é fato que estamos todos mais orientados às sensações, e menos, às razões. Em um mundo onde os estímulos nos “atormentam” desde o momento em que abrimos os olhos e vamos direto ao celular, e repetimos isso várias vezes ao dia, até fechá-los, nosso foco se perde, nos distraímos e ficamos menos pragmáticos. Ainda que este não seja um hábito de todos, é o que define o cotidiano da maioria. Pesquisas comprovam o aumento da distração na era atual. E basta observar em volta ou em nós mesmos.
Por conta deste aparelho denominado por Steve Jobs, de “extensão do indivíduo”, nosso sono é prejudicado, a concentração diminui e a sensibilidade aflora em demasia.
Profissionais da medicina alertam faz tempo para uma epidemia de fraquezas emocionais e vulnerabilidade social. Nunca a ansiedade e a depressão foram tão poderosas inimigas da humanidade. É um surto que ocorre nos consultórios psiquiátricos sem data para terminar. Pelo contrário.
As empresas registram cada vez mais ausências no seu quadro de funcionários, sem falar dos afastamentos por problemas de saúde emocional. Fobias, doenças físicas e mentais permeiam o comportamento humano em escala ascendente.
E, neste grau de vulnerabilidade do discernimento, a mentira consegue espaço e tenta superar a verdade. A propagação vertiginosa das fake news é uma mostra do quão vulneráveis e abertos estamos para compartilhar coisas irrelevantes. Muitos, ainda que conscientes da inverdade, a propagam para satisfazer o ego ou a frustração. Somos realmente orientados pelas emoções, e que emoções!
As bobagens sistemáticas também crescem nas redes e no WhatsApp que, por vezes, dão vontade de bloquear o sujeito.
E é dentro desta enxurrada de estímulos e banalidades que as marcas precisam se comunicar e captar a atenção das pessoas. Por isso, os especialistas do marketing sugerem apelar para a emoção, pois, no final das contas, é isso que se revela mais eficaz.
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Eis a reflexão e o desafio. No workshop sobre Neurobranding, com André Cruz, na semana passada, este foi o tema central. O conteúdo está traduzido hoje, no caderno Negócios em Pauta, encartado nesta edição. É uma boa síntese narrada pelo jornalista, Thiago Maurique, o qual teve de focar atenção para descrever a essência do que foi tratado.
Ao mesmo tempo em que temos acesso à toda biblioteca de Washington, nos lançamos ao mar de informações sem relevância e fundamentação. E fazemos isso sem arrependimento, nem constrangimento.
O caderno PENSE, também encartado nesta edição, traz uma reflexão parecida. Sugere equilibrar o uso de tecnologias que dispersam com a leitura mais seleta e focada. O livro segue um grande norteador da organização focal. Daniel Goleman ensina isso no seu best seller, O Foco. Augusto Cury repete em quase todas as suas obras que a ansiedade é o grande desafio do século. E assim poderia ficar falando e citando tantos outros.
Entretanto, no final das contas, mesmo sabendo de tudo isso, insistimos em não olhar para o fato. Preferimos sentir o coração, na esperança de que este nos dará as respostas que precisamos.
Nossos avós já ensinavam a ouvir o lado esquerdo do peito, mas também recomendavam que o travesseiro é um bom conselheiro nas horas de conflitos emocionais. Será que temos exercitado o diálogo com nosso travesseiro? Ou preferimos outro em seu lugar?
Linhas de crédito
O próximo workshop do Negócios em Pauta abordará o tema Linhas de Crédito – como acessá-las e para qual finalidade. Será no dia 22 de agosto, na sede do Sincovat, em Lajeado.
Líderes de instituições bancárias e o Sebrae formarão o painel do evento aberto à população em geral.
Marcas mais lembradas
O A Hora por meio do Núcleo de Pesquisas ouviu 1500 pessoas no Vale do Taquari para saber quais são as marcas mais lembradas na cabeça das pessoas. Também perguntou o motivo desta lembrança. Os dados serão compilados e apresentados em um evento empresarial no mês de outubro. Em breve novidades.
Bom fim de semana a todos!