A mistura do clima de casa no campo com a simplicidade do interior tem levado diversas pessoas da região a conhecer um novo espaço gourmet, o Bistrô Alecrim do Sítio. Localizado em Linha Sítio, Cruzeiro do Sul, o ambiente para até 40 pessoas cativa desde o portão de entrada até o espaço do lavabo.
Todo construído pelos proprietários, Jones Hendges, 36, e Jeferson Drebes, 26, o ambiente convida o público a se sentir em casa e desfrutar de uma experiência única. Cada item da decoração poderia receber uma matéria só para si.
De acordo com Hendges, a magia do local se encontra na pessoalidade. “Gosto de colocar a mão na massa. Cada peça de cerâmica, quadro ou luminária tem uma história”, conta.
Logo ao lado da residência dos proprietários, o bistrô, que de fora é timidamente visto como um quisque, abre todas as suas peculiaridades aos visitantes desde o primeiro passo.
Com um clima invernal aconchegante, o público já começa a perceber a excentricidade da decoração no primeiro ambiente. Com pelegos nas cadeiras, velas, taças, decoração rústica e, ao mesmo tempo moderna, o conjunto prende a atenção dos frequentadores ao revelar uma nova peça a cada direção do olhar. “É provável que quem vier aqui pela segunda vez encontre outros tantos detalhes que não conseguiu reparar na primeira experiência”, diz Debres.
Mesas
A mistura perfeita e harmônica de peças nunca repetidas e a composição das mesas pega todos de surpresa. Nenhum prato é igual ao outro e, muitas vezes, as próprias taças não são da mesma coleção, o que atribuiu ainda mais charme ao espaço, fazendo com que o cliente não só se encante, mas se surpreenda. “A gente gosta muito de variar. Montar as mesas, arranjos, toalhas e enfeites de maneira que não seja automático aos olhos. As pessoas vão parar para prestar atenção no que está posto”, brinca Hendges.
Os arranjos de flor são outro elemento que toma todos os espaços. “Gosto de caminhar no mato ao redor da propriedade e colher flores e folhas que fazem parte do nosso meio. Acabam sendo os arranjos mais bonitos”, revela Hendges.
Já os talheres não podem deixar de ser notados. Uma prataria antiga nos faz viajar aos tempos do Brasil colônia. “Entre heranças e achados nas famílias conhecidas, vamos juntando os talheres e a decoração do espaço”, conta.
A delicada cerâmica pelas mesas, balcões e cadeiras é feita pelos próprios donos. “Dedicar o seu tempo e energia para um artesanato como esse enche as peças de significado”, diz.
Todas as estações
Dividido em dois ambientes internos e um terceiro externo, o bistrô é equipado com lareira e dois fogões a lenha. “O fogo a lenha traz ainda mais a sensação de aconchego, de que estamos em casa jantando com nossa família ou amigos”, opina Drebes.
Se os pelegos e aquecedores dão a impressão de clima mais invernal, outra surpresa se revela no espaço. Feito sem ajuda de arquitetos ou profissionais do ramo, o bistrô se transforma em um lugar de verão rapidamente. “Abrimos uma porta e lá fora já está a piscina, rodeada de muita vegetação tropical”, revela Hendges.
Nem só da piscina e vegetação é feito o espaço externo, há um banheiro de verão, rodeado de plantas por dentro e por fora e, surpresa, não tem telhado. “Essa foi uma brincadeira.
Li em uma matéria sobre a casa do Clodovil, que tinha um banheiro onde se podia usar praticamente estando ao ar livre, vendo inclusive as estrelas. Achei o máximo e quis fazer”, revela Hendges.
Comida
Tão excêntrica quanto o espaço, a culinária é toda artesanal. Os temperos são colhidos na horta mantida pelo casal, sem agrotóxicos ou qualquer insumo agrícola. “O tempero tem muito mais sabor se cultivado de forma mais natural”, diz Hendges.
Não bastasse a horta e os mais de 40 pés de frutas, eles também mantêm um galinheiro logo atrás da casa. “Esse é o nosso galinheiro Texas, fizemos para ter a produção dos ovos, com os quais fazemos as receitas e principalmente os pães. Também gostamos por causa das crianças”, conta. Uma atração à parte, o galinheiro abriga espécies diferenciadas das aves como o tipo espanhola, brahma, dutch bantam e polonesa.
Os pratos servidos no local são à la carte, incluindo sopa no pão e batata recheada. Sobremesas e drinques também são feitos no local, que só recebe o público mediante reserva.
Os proprietários
Mesmo com o talento nato para decoração e cozinha, Hendges é servidor o público e trabalha em uma escola em Mato Leitão. “O contato com as pessoas, com crianças e com agito me faz muito bem. Agora temos uma trajetória em paralelo com tudo isso no bistrô”, diz. Hendges é o chefe de cozinha do local e responsável pela ambientação. “Faço tudo com a inspiração que vem de dentro de mim, sem muitas referências, mas apenas aproveitando os materiais que estão na minha frente”, conta.
Já Drebes fica responsável pela administração do negócio e pela produção das bebidas. Durante a semana, trabalha como administrador em um escritório em Lajeado e auxilia Hendges nas horas extras. “A ideia é sempre ter novidades para que, quando alguém retornar aqui, se surpreenda novamente”, finaliza.