Oficializado como candidato ao Piratini pelo partido Novo na semana passada, Mateus Bandeira esteve em Lajeado na terça-feira.
Acompanhado do deputado estadual e candidato a uma vaga na Câmara Federal, Marcel Van Hatten, e do candidato à Assembleia Legislativa, Douglas Sandri, Bandeira visitou a sede do A Hora e concedeu entrevista sobre as propostas de governo.
Entrevista
A Hora – Qual a estratégia da campanha para o governo gaúcho?
Mateus Bandeira – Vamos continuar intensificando a visita aos municípios e conversar com lideranças, jovens e o maior número de pessoas, não pensando em convertê-los, mas fazendo com que eles se tornem disseminadores e nos ajudem a levar o nome do Novo e das nossas candidaturas a um maior número de pessoas possíveis. Quem escuta falar sobre o Novo e as propostas do nosso partido “compra”. Todos nossos candidatos são ficha limpa e é o único partido que não usa dos impostos da pessoas e defende a livre iniciativa e menos intervenção do Estado. Não fazemos coligação porque não compactuamos com essa forma de fazer política. Vamos usar os 7 segundos da TV para dizer que, se depender de nós, as pessoas nunca mais verão o horário eleitoral, porque somos contra isso.
Na sua avaliação, quais os principais adversários nestas eleições?
Bandeira – O Sartori, como governador, sempre estará neste primeiro momento à frente das pesquisas. Ele está a todo momento nos jornais, porque o governo é notícia. Mas a segunda coisa a se ver na pesquisa é quem tem maior rejeição. Mais uma vez, é o Sartori, o que também é normal. Hoje, o Sartori tem o menor índice de intenção de voto do que os ex-governadores que concorreram à reeleição. Menos do que o Tarso, Yeda e Rigotto. Isso deve preocupá-lo. A grande maioria das pessoas quer renovação. O PSDB tem tanta rejeição quanto o PT. Então, tudo pode acontecer. O Jairo Jorge é um nome, pois fez dois mandatos de prefeito em Canoas e tem um discurso sedutor, mas demagógico no meu ponto de vista. Não vejo o Eduardo Leite como um nome forte. Os debates serão importantes para definir essas coisas.
Qual será sua primeira medida, caso eleito?
Bandeira – A primeira é anunciar um plano de privatização, amplo e irrestrito. Com ordem e prioridades. Também vamos reduzir de 20 para 12 o número de secretarias. Porque acredito ser o número necessário. Vamos criar uma secretaria de desestatização, para cuidar só dessa questão. Uma secretaria cuidará de tecnologia e inovação. Tem que ser uma política do governo utilizar a tecnologia a nosso favor para queimar etapas.
Como melhorar o desempenho da educação no estado?
Bandeira – É possível se fizermos algo que nunca foi feito. Educação não pode ficar na mão do Estado, senão não haverá solução. O Estado não pode ser dono das escolas nem contratar professor. A função do Estado é tão somente prover acesso à educação de qualidade para quem não pode pagar. Vamos contratar vagas nas escolas que já têm qualidade comprovada. A qualidade da escola que o pobre coloca seu filho é sofrível. Já a qualidade da escola do filho de uma família classe média ou alta é melhor. Para reduzir essa diferença, temos que tirar esse cara da rede pública e colocar na privada. Vamos fazer um pro-uni do ensino básico. A segunda alternativa é contratar uma entidade privada para gerir as escolas existentes. Existe lei federal que permite isso.
É possível enfrentar o déficit da segurança pública?
Bandeira – Essa é uma questão fundamental e que não pode esperar o ajuste fiscal. Estamos falando da vida das pessoas. Vivemos uma escalada da criminalidade. Porto Alegre está entre as 50 cidades mais violentas do mundo. Só existe uma forma de combater a criminalidade, é fazer com que o custo de cometer crime seja elevado. Existem três tipos de intervenção estatal para combater a criminalidade. A primeira é policial, seja policiamento ostensivo, que inibe o crime comum, a polícia judiciária, que investiga e combate as organizações criminosas, e a polícia científica, que elucida os crimes. A nossa polícia hoje não tem preparo, efetivo, tecnologia, processo ou gestão. Outra questão é prisional, o bandido precisa ficar no presídio, que precisa cumprir sua função. Hoje o Estado faz um desserviço, pois os presídios servem para recrutar pessoas para as facções.
Currículo
Ex-secretário estadual do Planejamento e ex-presidente do Banrisul no governo Yeda, Bandeira é natural de Pelotas. Formado em Informática pela UCPel, tem especialização em Finanças pela FGV e em Gestão pela Ufrgs.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br