“Pequeno, médio ou grande?”

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“Pequeno, médio ou grande?”

Mário Sopelsa, 56, é figura conhecida do centro de Lajeado. Atende centenas de pessoas por dia e conhece inúmeras histórias de balcão. Há 33 anos no mesmo ponto comercial, acompanhou as principais transformações da cidade. • Como foi a sua…

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“Pequeno, médio ou grande?”
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Mário Sopelsa, 56, é figura conhecida do centro de Lajeado. Atende centenas de pessoas por dia e conhece inúmeras histórias de balcão. Há 33 anos no mesmo ponto comercial, acompanhou as principais transformações da cidade.
• Como foi a sua vinda para Lajeado?
Saí de Nova Bréscia em fevereiro de 1985. Minha trajetória em Lajeado começou na entrada do bairro São Cristóvão, onde fiquei em uma sala comercial durante um mês. Em março, vim para a Benjamin Constant. Primeiro, tinha um trailer de cachorro-quente, perto da parada de ônibus. O nome era Cabana Lanches. Em 2 maio de 1987, mudamos para este estabelecimento aqui, com o nome de Casa Nova. Até 1994, a situação era muito difícil. A gente só pagava as despesas. Aí teve o Plano Real, e Lajeado engrenou. Começou a sobrar alguma coisa. Em 1998, resolvemos trocar o nome para O Pastelão, para chamar mais a atenção.
• Qual é a principal diferença entre o centro de agora e daquela época?
Para começar, o trânsito mudou umas cinco vezes de lá para cá. A clientela era outra. Havia menos informação, não tinha internet. Antes era tudo mais simples. Hoje o cliente é mais exigente. O comportamento das pessoas mudou muito.
• Sabe quantas pessoas a lanchonete recebe por dia?
Não tenho ideia. Começamos às 7h e vamos até as 19h. Uma vez eu consegui contar a venda de 110 pastéis num sábado de manhã. Outra vez, eu servi 98 almoços sozinho numa sexta-feira. Hoje é muito mais, mas não tenho tempo para ficar contando.
• Entre as histórias de balcão, qual foi a que mais te marcou?
Uma vez o Léo Lopes, que tem revenda de motos, me deu um quadro da Harley Davidson. Eu pendurei na parede. Aí um colega de profissão dele, o Carlos Dexheimer, veio aqui e me pediu o quadro. Eu argumentei que não poderia dar, pois era presente. E brinquei: “Se um dia o Inter for campeão do mundo, eu te dou esse quadro”. Isso em 1987. O quadro ficava perto da porta, e o vento sempre derrubava, até que eu joguei no lixo. Em dezembro de 2006, na semana seguinte ao título mundial, eu estava na Júlio de Castilhos, e o Carlos apareceu no outro lado da rua e disse: “Ô Mário, eu vou lá buscar aquele quadro!”. Eu gelei, cara. Aquilo me emocionou tanto, que eu chorava no meio da rua.
• Qual assunto te deixa mais nervoso: futebol ou política?
Futebol não dá para levar muito a sério. Sou colorado, mas tenho muito respeito pelo Grêmio. Acho que 80% do pessoal que vem aqui é gremista. Mas a política brasileira tem que levar a sério. É de deixar o cara nervoso.

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br

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