Estudo mostra áreas críticas para enchentes

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Estudo mostra áreas críticas para enchentes

Onze cidades da bacia do Forqueta são as mais vulneráveis. A inundação de 2010, uma das mais marcantes do Vale do Taquari, motivou a dissertação de mestrado do arquiteto Rodrigo Bald, 36. Na pesquisa, mapeou os locais mais suscetíveis a enchentes. Por meio de uma cartilha, mostra os riscos dentro de cada cidade da bacia do Rio Forqueta.

Estudo mostra áreas críticas para enchentes
Vale do Taquari

Os 220mm de chuva registrados no dia 4 de janeiro de 2010 foram suficiente para provocar um dos maiores desastres naturais já registrados no Vale do Taquari. Era manhã de uma segunda-feira em Marques de Souza quando, de forma inesperada, uma enxurrada do Rio Forqueta inundou parte do município.

Oito anos depois, o arquiteto Rodrigo Bald, 36, dono de um loteamento na região da área atingida, revela em sua dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis (PPGSAS) da Univates que a situação poderia ter sido ainda pior.

“Foi sorte ter ocorrido em uma segunda-feira, se fosse num sábado ou num domingo, quando o pessoal acampa nos campings, a inundação poderia ter feito alguma vítima”, conta.

No trabalho apresentado na universidade no dia 25 de abril, durante os dois anos de estudo, Bald buscou compreender os motivos que causaram a enxurrada em Marques de Souza, analisando possíveis áreas vulneráveis à inundação na bacia hidrográfica do Forqueta.

“Quis descobrir quais as áreas alagáveis, quem são os moradores, como estas regiões são ocupadas, com a ideia de evitar futuros danos e mortes”, diz.

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Pesquisa

Por meio de um mapa de suscetibilidade e dados do Censo de 2010, Bald identificou o perfil social, demográfico e de infraestrutura de 11 municípios da região atingidos pelo Rio Forqueta.

O arquiteto concluiu, por meio da análise de 16 variáveis, que a vulnerabilidade de uma região é ocasionada em 52% por fatores que estão ligados a questões sociais, como a alta ocupação de idosos e crianças em uma localidade, a baixa renda da população e as dificuldades de locomoção.

Além disso, o trabalho de Bald aponta que 25% diz respeito ao saneamento e ao padrão construtivo dos imóveis e 215 ao fator demográfico.

Cruzando o mapa de vulnerabilidade e suscetibildade (regiões alagáveis), o mestrado de Bald mostra que Fontoura Xavier é a cidade mais vulnerável dentro da bacia hidrográfica do Forqueta.

Fatores

Entre as causas que fazem Fontoura Xavier liderar o ranking de vulnerabilidade de enxurrada na bacia do Rio Forqueta, Bald mostra que o município é a localidade onde há grande quantidade de crianças, moradores com renda inferior a um salário mínimo e falta do recolhimento de lixo e tratamento de esgoto em grande parte das moradias.

Cartilha

Recentemente, o arquiteto produziu uma cartilha para demonstrar os riscos a enxurradas dentro de cada cidade da bacia do Forqueta.

O objetivo de Bald é de que, com o estudo, cada município possa cadastrar moradores vulneráveis e em maior risco, para facilitar uma orientação mais precisa e eficaz em cada comunidade.

Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br

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