Após três anos, venda de carros novos volta a crescer

Estado

Após três anos, venda de carros novos volta a crescer

Licenciamentos de carros zero cresceu 16% no primeiro semestre

Após três anos, venda de carros novos volta a crescer
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Levantamento realizado pelo Sincodiv/Fenabrave-RS evidencia a recuperação de um dos setores mais afetados pela recessão. A venda de automóveis novos cresceu 16% no primeiro semestre, com um total de 65,3 mil unidades emplacadas em todo o RS.

É o melhor desempenho para os primeiros seis meses do ano desde 2015, quando 76 mil carros foram vendidos no estado, mais ainda longe dos patamares pré-crise, quando a média de veículos novos vendidos superava os cem mil.

Gerente de uma concessionária em Lajeado, Paulo Leandro Rosa confirma a tendência de aumento nas vendas. Segundo ele, na comparação com o mesmo período do ano passado, a empresa ampliou em média 13% o número de veículos zero comercializados. “Em alguns períodos, o crescimento foi de 20%.”

Gerente de vendas de outra concessionária do município, Saul Delazeri confirma o crescimento.

Na loja em que atua, a elevação nas vendas de veículos novos cresceu 7% na comparação com o primeiro semestre do ano passado. “A projeção é melhor ainda mais no segundo semestre.”

Para Rosa, parte dessa retomada ocorre devido aos sinais de melhora na economia e nas condições para tomada de crédito. “O cenário político também não afetou tanto a economia, reduzindo o receio das empresas em renovar ou ampliar a frota de veículos.”

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Outro fator decisivo, aponta, foi a concorrência entre as montadoras, que ampliaram as promoções e oferecem melhores condições para os clientes. Taxas de juros menores, descontos e avaliações mais rentáveis na troca estão entre as vantagens oferecidas.

“As condições especiais para produtores rurais e empresas estão muito interessantes e partem das próprias montadoras”, ressalta. Conforme Rosa, se no auge da crise os veículos novos perderam espaço para seminovos e usados, agora voltaram a ser o mais procurados.

“Mesmo sendo mais caro, o novo tem taxas de juros e condições muito mais atraentes, apresentando um custo-benefício melhor”, aponta. De acordo com Delazeri, enquanto as vendas de seminovos de alto valor estão em baixa, a procura pelo zero estão em alta.

“Hoje, são muitas as ofertas para que o cliente de maior poder aquisitivo troque o carro usado por um novo também de alto padrão”, relata. Por outro lado, lembra que os clientes de classe C, D e E, responsáveis pela grande elevação de vendas no período pré-crise, não retomaram as compras.

Aprendizado

Presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior acredita que a recessão que assolou o país serviu para amadurecer a gestão nas revendedoras. Segundo ele, hoje há uma consciência mais clara sobre a necessidade de profissionalizar a administração dos negócios.

“Muitas concessionárias foram fechadas e perdemos um grande número de empregos. Sem dúvida, os concessionários estão mais maduros”, afirma. Conforme Júnior, hoje 7% da rede de revendedoras é composta de empresas familiares.

Greve afeta desempenho

Apesar dos números positivos no primeiro semestre, o desempenho do setor sofreu um revés devido à greve dos caminhoneiros. De acordo com o presidente da Fenabrave, a paralisação obrigou a entidade a rever as projeções para 2018.

“A greve dos caminhoneiros afetou a confiança do consumidor e os jogos da Copa do Mundo prejudicaram as vendas de automóveis e comerciais leves”, sentencia.

Antes desses eventos, a Fenabrave apontava um acréscimo de 15% nas vendas neste ano, percentual que foi reduzido para 9,7%.

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

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