Monge Hare Krishna, o paulista Caitanya, 38, está em Lajeado onde distribui livros que divulgam a religião de origem indiana baseada na filosofia dos Vedas, escritos com mais de 5 mil anos de existência.
• Como você se tornou monge?
Estudei por vários anos. Nosso programa de estudos é bem rigoroso e inclui não só a filosofia dos Vedas, mas outras filosofias do mundo de uma forma geral. Depois disso, a gente começa a ensinar as pessoas. Estou em Lajeado até sábado, 14, em frente à agência da Caixa do centro, para oferecer esse conhecimento para as pessoas por meio dos livros.
• O que prega a filosofia dos Vedas?
Ela fala sobre a nossa natureza espiritual, além do corpo. Os Vedas explicam que não somos o corpo, mas sim a consciência imortal que existe dentro dele. A alma ou o espírito, que é imortal e permanente. O corpo é como uma roupa que usamos. Quando ele fica muito velho ou não permite mais a vida, a gente se transforma e assume uma outra identidade, veste uma nova roupa.
• Quais os caminhos que os Vedas apontam para a felicidade?
O maior erro é buscar a felicidade em algo externo. Esse é o grande equívoco do consumismo, porque a verdadeira felicidade está dentro de nós. O espírito é feliz por natureza, mas nos desconectamos dessa felicidade interior quando procuramos felicidade no exterior, na matéria. O consumismo faz com que uma pessoa queira sempre mais. Quando ela busca uma coisa, mesmo quando conquista, não fica feliz, então, vai em busca de outra coisa. E assim segue por toda a vida, sem encontrar a verdadeira felicidade.
• Existem hábitos que contribuem para a felicidade?
Nós recomendamos que a pessoa se abstenha de quatro coisas que nos desconectam da felicidade interna. A primeira é o consumo de carne, que tem um efeito muito negativo para a nossa consciência, pois vem da matança de animais. Ingerir essa energia da morte faz com que ela se torne parte do ser. A segunda é a intoxicação de uma forma geral, não apenas por drogas, mas também bebidas e cigarros que degradam nossa consciência e nos distanciam da felicidade interior. A terceira são os jogos de azar, apostas em geral que geram cobiça. O mercado financeiro é o jogo de azar atual. A última, o sexo promíscuo, fora do relacionamento, que gera um prazer momentâneo, mas também uma sensação de vazio muito grande.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br
