Vacinas em xeque

Editorial

Vacinas em xeque

Órgãos públicos de saúde acompanham com atenção uma constante queda nos índices de vacinação pelo país. Esse é um fenômeno visto nos últimos oito anos. Ainda que a redução seja pequena, é contínua e mostra uma tendência para o ressurgimento…

Órgãos públicos de saúde acompanham com atenção uma constante queda nos índices de vacinação pelo país. Esse é um fenômeno visto nos últimos oito anos. Ainda que a redução seja pequena, é contínua e mostra uma tendência para o ressurgimento de doenças até então extintas.
Pelas estatísticas do Ministério da Saúde, a cada quatro cidades brasileiras, uma não atinge os índices exigidos de imunização. Os motivos para esses resultados são diversos. Talvez o mais notório seja o acomodamento enquanto nação de ter conseguido controlar enfermidades graves, como o sarampo, a coqueluche e a poliomielite.
O país conquistou certificação internacional no controle de enfermidades contagiosas. Essa segurança fictícia passa uma mensagem de que as doenças não existem mais. Com isso, deixaram de ser uma preocupação, tanto às famílias quanto às equipes médicas. Muitos pais de gerações mais novas desconhecem os perigos dessas doenças. Como não viram as sequelas causadas pela paralisia infantil, por exemplo, a vacinação passou a ser secundária.
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Junto com isso, também houve um enfraquecimento das campanhas. No início dos anos 90, havia uma incursão mais presente da participação do Ministério da Saúde nessa conscientização. Muitos se lembram do folclórico Zé Gotinha, mascote contra a pólio, que animava programas infantis e se tornou o xodó das crianças.
Também há um movimento nascido no arcabouço da internet, mais específico nas redes sociais e nos grupos de whatsapp, que tenta desacreditar as campanhas de vacinação. A propagação de boatos e de fake news está entre os motivos para algumas pessoas optarem por não se vacinarem.
Sem qualquer base científica, atribuem teorias conspiratórias para tentar convencer os outros da ineficiência da vacinação. Em todo o mundo, está comprovada a efetividade no controle de doenças. O avanço na pesquisa proporcionou às pessoas redução no contágio.
Por esses benefícios, é fundamental os organismos públicos retomarem campanhas efetivas de vacinação. Caso contrário, a tendência dos últimos anos leva a crer que o país volte a ter mais contágios dessas enfermidades.

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