Escola única ou plural

Editorial

Escola única ou plural

O debate acerca do tipo de escola é constante em diversos momentos da história. Há correntes que entendem ser necessário estabelecer o currículo unitário por força de lei. Pensamento implica em prescrever a todos os colégios as disciplinas e a…

O debate acerca do tipo de escola é constante em diversos momentos da história. Há correntes que entendem ser necessário estabelecer o currículo unitário por força de lei. Pensamento implica em prescrever a todos os colégios as disciplinas e a grade curricular idênticas.
No Brasil, indiferente da corrente político-ideológica, essa vertente centralizadora é defendida desde a era Vargas, com a sucessão das Leis de Diretrizes e Bases, nos anos de 1961, 1971 e 1996. Ao longo das décadas, o conteúdo das edições se define em momentos de fortalecimento de arrefecimento desse controle.
Ao pensar sobre a reforma no currículo das escolas, é necessário avaliar como as leis sobre o ensino impactam nas salas de aula. A LDB em vigor, de 1996, impede o desenvolvimento de projetos pedagógicos exclusivos por instituição educacional.
Por meio dessa unificação, há pontos positivos e negativos. Primeiro, abre-se a chance para o aluno de uma escola em um bairro carente estar no mesmo patamar de conteúdo do que outro estudante de uma área mais abastada. Por outro lado, perde-se oportunidade de criar escolas referência.
[bloco 1]
Em países desenvolvidos, as diferentes escolas são procuradas pelos estudantes. Por exemplo, em um educandário, há destaque nas pesquisas de Física e Química. Com isso, alunos com aptidão nas ciências exatas procuram esse estabelecimento.
Como há uma grande distância cultural entre o Brasil e os países do eixo norte do globo, replicar modelos prontos é um equívoco abissal. Pode-se usar referências e elaborar um modelo nacional, em que haja equilíbrio entre os conteúdos programáticos exigidos e propostas diversionais para conhecer talentos e desenvolver futuros estudiosos.
Talvez com um novo formato no Ensino Médio possa haver evolução nesse sentido. Pois é justamente entre o fim da infância e início da fase adulta que os estudantes começam a traçar o destino profissional.
De fato, em um país continental como o Brasil, com tantas diferenças regionais, pensar um modelo único não parece o mais indicado. O ideal seria dar mais liberdade às escolas, para assim identificarem os programas mais próximos da realidade local. Esse direito traz responsabilidade. Pois será fundamental convocar a comunidade para construção desse modelo.

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