De olho na etiqueta

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De olho na etiqueta

Comprar roupas sem olhar a etiqueta pode fazer você pagar mais por um produto que não vale o preço

De olho na etiqueta

Com lojas de departamento, importações da China e tecidos sintéticos, comprar roupas ficou mais democrático e acessível a todos. Mas levar blusinhas por R$ 10 ou uma calça por R$ 30 pode ser uma armadilha para o seu bolso e também para o meio ambiente.

De acordo com a consultora de Moda, Iôlany Haberkamp, 25, vestir-se todos os dias para se aquecer ou estar na moda revela muito mais do que apenas o visual final. “Não é só ver se o look ficou bonito e sim saber do que ele é feito, o que o tecido pode trazer de benefício, qual o impacto ambiental daquela peça e se aquilo se encaixa com seu estilo de vida e convicções”, afirma.

Saber diferenciar os tecidos entre si e ler as etiquetas é uma precaução necessária para que o consumidor não compre gato por lebre. “Já aconteceu com você de comprar uma blusa bem macia e aparentemente quentinha e chegar na hora de usar e você simplesmente passar frio? Aposto que sim. Isso ocorre porque alguns tecidos não seguram calor e, se você não analisar a etiqueta, pode acabar tendo um problema no dia a dia”, revela.

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A importância das etiquetas

Mais do que apenas dizer de qual marca o produto é, as etiquetas revelam todas as informações fundamentais do produto. “Todos já vimos anúncios como ‘Blazer de linho corte duplo’ e, quando olhamos a composição, aparece 52% viscose, 25% poliamida, 15% poliéster e 8% linho! Sério mesmo que o blazer é de linho?”, alerta Iôlany. Apesar de conter linho na composição, ainda sim é enganação.

Para reduzir esse problema, em maio de 2001, o presidente do Inmetro assinou uma resolução referente à normalização das etiquetas de composição. “A resolução entrou em vigor em 2003 e trouxe vantagens como a garantia da concorrência leal no mercado, melhor esclarecimento para toda a cadeia produtiva e consumidor e, por fim, demonstração da lealdade da empresa com o seu consumidor”, analisa.

Distinguir um tecido do outro parece tarefa difícil, mas a consultora de Moda explica o que você deve levar em conta na hora da compra. “No geral, existem três tipos de tecido. Os naturais, os sintéticos e os artificiais”, diz. Confira o quadro.


Tecidos naturais

Característica: aqueles que vêm da natureza, como o algodão, o linho, a lã e a seda.

Vantagens: são básicos e clássicos, as primeiras vestimentas foram feitas deles. Além de serem bem mais confortáveis, são duráveis, flexíveis e resistentes. Têm um toque supersedoso, deixam a pele respirar e não deformam. Ideais para nosso clima brasileiro, além de serem mais elegantes.

Estação ideal: todas, mas são as únicas que realmente esquentam no inverno.

Desvantagens: tendem a amassar com maior facilidade, o que não é um grande problema, pois tendem a desamassar com o uso, e podem desbotar com o tempo.

Valor: os tecidos de fibras naturais são geralmente mais caros. Por ser um recurso natural, tem todo um processo para obter a matéria-prima. São mais preciosos e demandam mais trabalho.


Tecidos sintéticos e artificiais

Característica: os sintéticos são produzidos pelo homem por materiais não naturais, geralmente o petróleo, como o poliéster, a poliamida e o nylon. Já os artificiais são feitos de fibras celulósicas, milho e óleos vegetais, como a viscose e o acetato.

Vantagens: são resistentes, dificilmente desbotam e quase não amassam. São muito utilizados para práticas de esporte. Odry fit, mesmo sendo sintético, proporciona isolamento térmico, transporta umidade e troca de ar.

Estação ideal: todas, porém, não seguram calor. O couro sintético, por exemplo, cria uma barreira para o vento, mas não segura o calor em si. No verão, alguns sintéticos e artificiais facilitam a transpiração.

Desvantagens: algumas das variedades podem ser desconfortáveis, já que não deixam a pele respirar causando cheiro desagradável, além de queimarem com facilidade.

Indicação: atividades físicas, por terem maior tecnologia especialmente desenvolvidas para as práticas

Valor: são mais baratos por não demandarem todo o envolvimento humano necessário para os naturais.


Itens obrigatórios na etiqueta

CNPJ, nome fantasia ou razão social da empresa, país de origem, composição percentual (em ordem decrescente), simbologia ou texto descritivo com tratamento e cuidados para conservação e, por fim, indicação do tamanho da peça. “Dessa forma, conseguimos realmente entender se aquela peça vale o que estão cobrando por ela, saber se ela deve ser cuidada e identificar quem realmente a fez”, finaliza.

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