O indivíduo que ainda reluta em se abrir às novas formas de comunicação está fadado a se tornar “inútil”. Foi nessa linha o recado da maioria dos palestrantes na convenção logista da CDL Lajeado, nessa quinta-feira, no Clube Tiro e Caça.
O administrador de empresas, Maurício Schneider, foi claro, específico e atual: “Realidade virtual, impressão 3D, conectividade, internet das coisas. Se você ainda não conhece, é hora de se inteirar”.
Disse não acreditar em crise. “Para mim ela é inventada, porque tem tanta oportunidade. Mas tem que fazer diferente”, defendeu.
Para Schneider, o “fim do mundo chegou para quem pensa da forma antiga”. Sustentou que é necessário pensar em negócios de valor, perceptíveis para quem compra.
Conversar com os clientes, fazer perguntas sobre “qual é sua dor. Minha opinião pessoal não vale nada, preciso perguntar ao consumidor, ao meu cliente”, insistiu.
Um dos grandes problemas no Brasil é a falta de mão de obra qualificada para a chamada Indústria 4.0. É vital se inteirar e utilizar as novas tecnologias para se manter e crescer no mercado. “Dinheiro tem, faltam bons projetos e ideias validadas”, assegurou. O Brasil está atrasado nesse aspecto.
Na sequência, a psicóloga Fernanda Tochetto foi complementar, ao lembrar que toda expertise e conhecimento só serão úteis e possíveis com pessoas saudáveis e equipes engajadas, motivadas. Despertar o melhor de cada um, mostrando empatia e reconhecimento.
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Braúlio Bessa igualmente tocou no sonho das pessoas, na importância de impactar a vida delas. Falou muito de cultura e discernimento, necessidades básicas para o autoconhecimento.
Em resumo, o recado foi: abram a mente. Significa superar preconceitos, crenças ou chavões antigos que, muitas vezes, impedem de pensar à frente ou até mesmo desencorajam quem já está a um passo adiante.
Interessar-se e assumir uma postura de aprendiz pode fazer a diferença, até mesmo para quem pensa “ter uma enciclopédia nas costas”. A capacidade de adaptar-se às mudanças se tornou mais importante do que o conhecimento adquirido, em muitas circunstâncias.
Por mais que alguns torçam o nariz e queiram desfazer essa lógica, o mercado dá sinais flagrantes. E pior, será cada vez mais intenso.
Grande prêmio de jornalismo
O A Hora recebeu um prêmio jornalístico relevante nesta semana, o mais cobiçado da 31a edição SETCERGS de Jornalismo. A série de reportagens sobre a greve dos caminhoneiros rendeu o reconhecimento, cuja entrega será no dia 29, na Serra Gaúcha. Em seguida, os demais prêmios foram para Zero Hora (fotografia), Gaúcha (rádio), Correio do Povo (jornal/revista) e SBT (TV).
A conquista é duplamente festejada: pela importância no contexto jornalístico, e pelo momento desafiador vivido pelos jornais no mundo inteiro.
Por que há tantos conflitos?
Na quarta-feira, um dia antes da convenção da CDL, o workshop do projeto Negócios em Pauta, promovido mensalmente pelo A Hora e Sincovat, abordou a rotatividade nas empresas. E o assunto predominante foi justamente a dificuldade de adaptação das diferentes gerações no mesmo ambiente de trabalho.
Trago isso para embasar a necessidade de olharmos para os conflitos como oportunidade. Se queremos evoluir, neste mundo tecnológico e frenético, teremos de “desarmar” e admitir a necessidade de reaprender.
Como disse Schneider: “Façamos mais perguntas ao nosso cliente”. E isso vale ao professor universitário, ao empresário, aos pais, aos filhos e a qualquer um de nós que pretende participar do novo ciclo de transformação em curso.
Abrir a mente não significa desfazer valores ou princípios éticos e morais. Significa ter a humildade de reaprender, de fato.
Aliás, a única coisa certa em nossa vida é a mudança. Mudamos todos os dias. Imagina se relutássemos ao envelhecimento, a ponto de não aceitá-lo. Nos tornaríamos indivíduos frustrantes, amargos, infelizes.
Evento para aprender
A Seavat e o A Hora propiciam uma oportunidade única na próxima quinta-feira. Trazem a Lajeado especialistas nas áreas de construção civil e seu enredo de responsabilidades que envolve o setor. Será um momento propício para arquitetos, engenheiros, corretores de imóveis e demais profissionais se reciclarem enquanto conceitos e conhecimento. As inscrições estão abertas e o custo é de apenas R$ 70 para o dia inteiro. Assinantes do A Hora e associados da Seavat pagam metade. Estudantes, apenas R$ 15.
Compreender e agir
O mundo mudou. No Brasil, existem 14 milhões de desempregados. Até mesmo a reforma trabalhista brasileira se pautou nisso. As regras foram atualizadas aos novos tempos. As relações de trabalho são outras.
Em evento no Aspen Hotel, nessa sexta-feira, o ministro do Trabalho, Alexandre Agra, acertadamente, corroborou com este pensamento. “A CLT envelheceu. A reforma foi fundamental”.
Ele lembrou que os setores tradicionais de commodities estão esgotando. “Precisamos exportar tecnologia e não apenas matéria-prima. O Brasil está ficando para trás”, alertou.
Participar do novo ciclo tecnológico consiste em sair da zona de conforto. Evitar repetir velhas práticas e que outros milhões de brasileiros fiquem desempregados. Para isso uma saída: vamos nos mexer.
O conservadorismo extremo está para o atraso como a visão ideológica de alguns “esquerdistas” está para a reforma trabalhista. Precisamos olhar para o mundo em desenvolvimento e nos apropriar das oportunidades. Novas relações de trabalho e de convivências se estabelecem em todo mundo. Estudar, ler sobre isso para compreender é o primeiro passo.
A mudança desafia
Talvez poucos setores foram tão impactados pela tecnologia como o mundo da comunicação. Ainda assim, os jornais, rádios e demais meios de comunicação estão numa verdadeira cruzada de inovação. Não dá tempo para se queixar.
Aqui no A Hora, está em curso uma verdadeira “revolução interna” no campo da discussão sobre o futuro do negócio. E todos precisam participar, seja do setor ou idade que for. A responsabilidade de compreender a mudança e, de se adaptar a ela, é de todos.
Não é fácil desfazer hábitos ou conceitos consolidados por novas práticas e novos modelos mentais. Isso é possível apenas se a gente se dispõe.
Vivemos uma era de experimentações, de dúvidas, de desafios. Os hábitos mudaram, o consumo mudou e qualquer um de nós, ainda que não perceba, está mudando algum hábito.
Se aceitarmos e compreendermos isso, então, estaremos perto do próximo passo. E qual será? Ninguém tem a fórmula pronta. Talvez nem exista.
Se entendermos o valor da mudança, então, acharemos os caminhos para nos reinventar e construir novos horizontes em nossos negócios e nas relações do cotidiano.
Vamos abrir a mente.
Um abraço a todos!