Daniel Flores foi condenado a oito anos e quatro meses de reclusão em regime fechado por tentativa de homicídio. Essa foi a decisão feita em júri popular, ontem, no Fórum de Estrela.
Embora já estivesse na cadeia em Venâncio Aires, ele é suspeito, junto de Marcelo Fuchs, de ser membro de um grupo criminoso e de ter liderado a fuga de Rudinei Lopes, 37, em junho do ano passado, durante atendimento médico na UPA de Lajeado.
Durante o julgamento de Flores, dois agentes da Susepe e quatro brigadianos reforçavam a segurança durante a audiência, que começou às 9h e só acabou no fim da tarde, por volta das 18h.
No lado de fora do prédio, outros quatro agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOE) fizeram vigília durante todo julgamento. A medida foi tomada para evitar que membros da suposta facção tentassem investir na fuga do criminoso.
Prevenção
Temendo um novo ataque da facção com o intuito de resgatar os homens envolvidos na tentativa de homicídio contra policiais em um ataque a uma residência em Fazenda Vilanova, a Justiça separou o processo do trio em casos distintos, para que cada audiência fosse feita de forma isolada, segundo uma fonte do Judiciário.
Para fazer o trajeto do presídio de Venâncio Aires, onde estão presos Fuchs e Flores, até o fórum de Estrela, jurisdição responsável pelo caso, os criminosos foram escoltados por viaturas da Brigada Militar e da Susepe.
Na próxima semana, a mesma operação de reforço será feita para o júri popular de Fuchs, também em Estrela.
Depois da fuga da UPA, em junho do ano passado, Lopes, que também é suspeito de série de ataques a bancos, foi preso na Argentina no fim de novembro, junto com um comparsa. Ele segue preso no país vizinho.
Bope e Susepe fizeram vigília das 9h às 18h durante julgamento de Daniel Flores no fórum de Estrela
O caso
Rudinei teria forjado problemas cardíacos, em junho de 2017, para que membros da facção, com base no Vale dos Sinos, lhe resgatassem na UPA, em Lajeado.
Na cadeia, conforme a Polícia Civil, os colegas de cela gritavam aos agentes para que salvassem o criminoso.
Na ambulância, foram socorristas, o detento e dois agentes penitenciários.
Na ocasião, durante o pronto-atendimento, ao desembarcarem na UPA, bandidos atiraram com fuzis para render os agentes penitenciários que o acompanhavam.
Um deles foi sequestrado e levado como refém, sendo libertado no interior de Paverama.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br
