Quem já ouviu o álbum Back to Black lançado em 2006, ouviu também o guitarrista Robin Banerjee em sintonia com o ícone britânico Amy Winehouse. Mais de dez anos se passaram e Robin vem a Lajeado para se juntar à artista Kelly Carvalho na banda Me. Soul em um show tributo a cantora. O evento, promovido pelo Projeto Arte Sesc, ocorre hoje, a partir das 20h, no Teatro do Ceat.
Ao som do jazz com influências do blues, o guitarrista diz e perceber como esse gênero pertence ao mundo e é bem recebido nos mais diferentes países.
De sua ligação com Amy, o respeito e o carinho fazem com que ele procure colocar a sua alma ao representar a música dela. Ele conta que vê isso também nos integrantes da banda Me. Soul, com quem se apresenta hoje. “O que fazemos é com sentimento e respeito, não queremos apenas tocar e ir embora”, afirmou.
Os ingressos estão disponíveis no Sesc local (rua Silva Jardim, 135) e na secretaria do Ceat e variam de R$ 15 a R$ 30. Mais informações pelo 3714-2266 ou www.sesc-rs.com.br/lajeado
Entrevista
“A música de Amy tem viajado o mundo todo e no Brasil é lembrada com carinho”
O londrino Robin Banerjee que começou a tocar guitarra aos 14 anos e aos 21 fez a primeira apresentação diz que ter trabalhado com Amy Whinehouse foi maravilhoso e que a considerava uma irmã.
A Hora – É a sua primeira vez aqui?
Robin Banerjee – A primeira vez em Lajeado e na região de Porto Alegre, mas já estive no Brasil antes, há cinco anos. Estou gostando, é diferente das outras cidades como São Paulo. Aqui as pessoas demonstram mais seus sentimentos, se conhecem na rua. Historicamente, em minha carreira musical, eu escutei muito samba, bossa nova e reggae do Brasil. Ouvi João Gilberto, Tania Maria, Tom Jobim, entre outros artistas brasileiros famosos do samba.
Como iniciou sua história na música?
Banerjee – Eu comecei a tocar em um grupo em Londres quando eu era jovem, aos 18 anos. Tocamos pop music, jazz, reggae e soul. Conheci músicas de artistas como Michael Jackson, até músicos de jazz de diferentes estilos como John Coltrane e Charlie Parker. O jazz veio para mim quando eu era adolescente, me impactou quando ouvi George Benson. Eu tinha uma ambição de ser músico, queria ser guitarrista desde a escola e desde aquele momento eu senti que eu queria seguir essa carreira. Então, aos 21 anos, eu fiz minha primeira apresentação em Londres.
Como você conheceu Amy Winehouse?
Banerjee – Eu tocava na banda Jazz Jamaica, uma orquestra de reggae, de 50 pessoas, era uma grande banda. Amy conheceu a banda, nos ouviu nos bastidores em 2004. Mais de um ano depois, me convidaram para trabalhar com ela. Foi maravilhoso. Pessoalmente foi um sonho, porque eu realmente queria tocar com alguém com essa alma. Nos tornamos amigos, conversávamos sobre a vida, sobre a música, eu a considerava minha irmã.
Como era vida dela fora dos palcos?
Banerjee – Eu acho que era a mesma Amy, nunca diferente. Eu realmente vi a fama destruí-la. Ela era muito discreta, profissional, às vezes, era muito feliz e, às vezes, muito triste, mas só era feliz fazendo música. Um dia eu fiz uma pergunta: Amy, o que faz você feliz? Ela disse que era estar cantando no palco. Eu acreditava nela. Muitas pessoas lidam com a fama de diferentes maneiras. A Amy era tão especial, sua voz e quem ela era. Mas a fama veio até ela, os paparazzi, a atenção, e isso pode ter sido o início de seus problemas.
Como será o show aqui na cidade?
Banerjee – Kelly Carvalho entrou em contato comigo e me convidou para vir a Lajeado. Ela é uma pessoa maravilhosa, tem muito respeito pela Amy, estudou e sabe tudo sobre ela, sua vida pessoal e musical. Ela realmente é uma artista que interpreta muito bem. Nós estamos ensaiando as músicas da Amy, eu acho que é um respeito à música dela, que é simples, mas não é fácil.
Bibiana Faleiro: bibiana@jornalahora.inf.br | Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br