A usina fotovoltaica da Cooperagri foi inaugurada nessa sexta-feira, 15, com a participação do governador José Ivo Sartori. Cerca de 400 pessoas acompanharam a solenidade na sede da cooperativa, na Linha São Jacó.
O governador destacou que a iniciativa da Cooperagri serve de referência. “Ainda falta muito para compreendermos a importância que tem isso na vida das famílias, das cidades e do RS”, afirmou. O projeto seria o maior investimento que o estado fez nesse tipo de tecnologia, no valor de R$ 500 mil.
O secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minetto, frisou que, desde 2015, foram investidos R$ 4,5 milhões em projetos de infraestrutura rural, incluindo emprendimentos de geração de energia e acesso à internet no campo. Além de reduzir custos, trata-se de uma energia limpa, salientou.
O prefeito Jonatan Brönstrup enalteceu a força do cooperativismo local e elogiou a iniciativa.
Sustentabilidade
Elaborado com apoio da Emater, o complexo foi financiado com rescursos da SDR, por meio do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper).
Entre os mais de 380 associados beneficiados, está Osmar Jacobs, um dos fundadores da Cooperagi. Segundo o produtor, que foi o primeiro presidente da cooperativa, a entidade sempre se preocupou em enfrentar os maiores gargalos da produção primária: abastecimento energético e escoamento. A despesa média com energia elétrica, que hoje é cerca de R$ 15 mil, deve diminuir em até 70%.
“É um grande marco para a Cooperagri a inauguração dessa usina, que serve de referência para toda a região”, exalta Jacobs. Segundo ele, a entidade já discute a possibilidade de criar uma cooperativa de geração de energia, paralela à cooperativa agroindustrial.
Pré-candidato
Repleto de piadas e saudações efusivas aos líderes presentes, o discurso de Sartori beirou o tom eleitoral. Falou sobre as dificuldades financeiras do estado e a importância das políticas de contenção de gastos desempenhadas desde o início do mandato. Segundo ele, a estratégia serviou para priorizar as áreas de segurança, educação, saúde e infraestrutura.
Conforme o governador, o RS precisa de um estado moderno e um poder público que sucite a competitividade, mas que seja eficiente e preste um bom serviço à sociedade.
Após a inaugaração da usina, o governador seguiu para Lajeado, onde participou de cerimônia relativa à conclusão das obras no ginásio da Escola Estadual de Ensino Fundamental Otilia Correa de Lima.
Entrevista
“Este é o caminho”
O presidente da Emater-RS, Iberê de Mesquita Orsi, participou da inauguração da usina fotovoltaica. A seguir, analisa a relevância do empreendimento.
A Hora – Qual é a importância da usina para os produtores locais?
Iberê de Mesquita Orsi – Nós estamos passando por uma transformação, que deve acontecer o mais rápido possível. Nós chegamos ao ponto, em que é possível que o produtor gere a sua própria energia. Temos que parar com aquela história de que o Estado é dono de tudo. O Estado não é dono de nada. Quem é dono de alguma coisa é o cidadão. Aqui se faz uma demontração muito importante disso.
O que isso influencia no processo produtivo?
Orsi – Com a colocação dessa microusina, vamos reduzir cerca de 7 centavos o quilo da ração na Cooperagri. Além de diminuir os custos da produção, temos uma fonte própria de energia limpa e de qualidade, que justamente hoje o estado enfrenta dificuldades para fornecer. Este é o caminho das nossas propriedades. Quanto mais houver associações e cooperativas de produtores interessadas, mais nós vamos avançar.
Como isso se insere no desenvolvimento rural?
Orsi – A Emater está completamente imbuída dessa mobilização para que os produtores tenham alternativas de produção de energia para baixar custos da produção. Nós precisamos aumentar a capacidade do nosso produtor empreender, pois assim nós levamos mais oportunidade de renda para o campo, favorecendo a permanência dos agricultores no meio rural e a sucessão nas propriedades. O agricultor familiar precisa ter lucro na produção. Como em uma empresa, só se vai para frente se houver aplicação de novas tecnologias e disputa de mercado. Para isso, é preciso se modernizar.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br