O comerciante Gilnei Jung, o “Nei”, 37, é conhecido no futebol amador da época em que era goleiro. Além disso, teve uma passagem pela Alaf. Hoje é voluntário nas escolinhas de futsal da associação.
• Neste trabalho com as crianças, como é contribuir para a formação do indivíduo?
É muito gratificante pra mim quando a gente consegue ver um menino despontar em alguma equipe profissional. Temos diversos meninos que passaram por nós que estão no Grêmio, Juventude e Internacional e se destacando nas categorias de base lá. A contribuição que a gente dá é aconselhando a fazer as coisas certas, mostrando como se deve fazer, qual o objetivo que tem que traçar para alcançar o sucesso. Então, além dos treinamentos, nós conversamos muito com as crianças e com os pais.
• Como o esporte pode ajudar para termos uma sociedade melhor?
Hoje com a televisão, internet e as redes sociais, as crianças procuram se entreter mais com isso do que com o esporte. Então procuro sempre mostrar as coisas certas e as coisas boas da vida. A gente, às vezes, passa por dificuldades em manter a criança treinando, em dar o melhor para ela, mas não desistimos. Quando vemos que as crianças dão certo e se encaixam em um clube, isso nos deixa muito feliz.
• Pela sua experiência, qual o momento que sentiu mais orgulho?
Tenho vários momentos fantásticos com as crianças. Mas o principal deles é quando vejo uma criança feliz por ter vencido uma partida, que acreditaram nelas mesmo. Quando elas descobrem que todo o esforço pode ser recompensado e que tudo que elas fazem pode dar certo. A melhor coisa que existe no mundo é o sorriso de uma criança.
• E decepção, já teve alguma?
Decepção quase não tive. Fico triste quando vejo as carinhas deles (crianças) para baixo por não ter alcançado o objetivo, que geralmente é o título. A derrota serve bastante como aprendizado, e nesse tempo que estou com eles, quatro anos já, não tive nenhuma decepção.
• Quais os benefícios para quem se dispõe a ser voluntário?
É o sorriso da criança. Tu sair na rua e ouvir elogios dos pais. Eles falando sobre a partida, que o filho está gostando, que ele vai no treino de novo, que ele não vai faltar. Isso que me motiva a sempre ajudá-los. Sei que não é fácil, mas vamos lutar todos os dias para não deixar faltar nada às crianças.
Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br