A temperatura no RS resolveu despencar. Termômetros marcam perto de 0o C no Vale do Taquari. Na serra gaúcha e catarinense, a temperatura ficou negativa. Além da beleza do cenário, da atração turística e da exploração típica que se verifica nesta época, o inverno revela um paradoxo social que insiste em nos perseguir.
Ainda há muitas pessoas morando nas ruas, sem teto, sem roupa e sem comida. Aqui na região, as assistenciais sociais trabalham no sentido de dar proteção e conduzir os moradores de rua a asilos ou casas de acolhida. Mesmo assim, nem todos são atendidos.
Diante desse cenário desalentador de quem dorme debaixo de marquises, pontes, abrigos de ônibus, etc, cabe invulgar a iniciativa registrada ontem à tarde. Por meio do programa de aluguel social, a assistência social de Lajeado transferiu para uma casa, no bairro Conservas, a família que há quatros anos vivia debaixo do viaduto, na BR-386, sentido Lajeado-Estrela.
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O déficit habitacional é um problema crônico no Brasil. Quanto maior a cidades, maiores os índices. Lajeado, Estrela, Teutônia e Encantado construíram projetos habitacionais populares nos últimos anos. Diminuíram o déficit e proporcionaram a famílias de baixa renda acessar a casa própria. Todavia, a parcela ainda mais reprimida da sociedade, muitas vezes acometida pelas drogas, continua subatendida. Ainda faltam projetos mais estruturais e consistentes, capazes de diminuir a marginalização dessas pessoas.
A sociedade tem dado bons exemplos de solidariedade. E não será diferente este ano. As campanhas de arrecadação de agasalhos se espalham por todas as partes do estado e levam roupas para quem não tem o suficiente. Por outro lado, é imperioso destacar que isso é insuficiente para dignificar a vida de quem sobrevive sem teto.
Enquanto o Brasil é acometido por uma severa crise econômica, política e institucional, a solução desse problema social fica ainda mais distante, visto o descompromisso das autoridades de governo, em destinar parte da receita para tal finalidade. O governo Temer é o exemplo clássico. Para subsidiar reformas estruturais, corta nos programas assistenciais e mantém benefícios à alta casta de poder, como vale-moradia, vale-terno, vale-avião, etc.
