A situação do esgoto a céu aberto no bairro São José – Scalabrini voltou a ser tema de debate no Legislativo. Na segunda-feira, uma reunião solicitada pelos vereadores ocorreu com a direção da unidade da Corsan.
A conversa serviu para esclarecimentos por parte da Corsan, a qual tem a concessão para o tratamento de esgoto e abastecimento de água no município. Participaram o gestor da unidade, Hugo Ogliari, e o engenheiro civil, Paulo Roberto Becker.
Há meses, os moradores reclamam da situação do esgoto na localidade. “Dá nojo. Ninguém aguenta o cheiro forte. Está todo mundo revoltado com a situação. Agora estourou aqui na frente de casa” diz a aposentada Teresinha Pareci, 65. Segundo ela, o problema de vazamento de esgoto ocorre faz mais de um ano.
Adriana Fraporti, 46, informa que todos os dias há esgoto em frente à sua casa. “Fecharam na entrada do bairro e estourou aqui em cima. É uma vergonha. Quanto mais o tempo é seco, mais fede”, reclama.
A mesma reclamação é do morador Germano Borsatto, 51. Segundo ele, a prefeitura e a Corsan até vieram ver, mas nada ainda foi resolvido.
A explicação da Corsan
“No bairro São José, todas as interligações que têm são clandestinas. Ninguém está autorizado a se interligar na rede, pois a estação de tratamento não está operando. Quase que toda a semana a gente recebe ligações de lá. Muitas das pessoas que vêm reclamar são os próprios moradores que estão interligados”, comenta Ogliari.
Segundo ele, a Corsan iniciará neste mês uma força-tarefa no bairro. “Todas as residências que têm espera de esgoto vamod fiscalizar e, quem tiver interligado, infelizmente será multado”, acrescenta.
Conforme o gestor, o esgoto que existe no bairro não é pluvial, é só doméstico. A obra iniciou há cerca de nove anos e, como a estação de bombeamento ainda não está funcionando, o esgoto clandestino vai enchendo a tubulação e, quando enche, transborda.
Ogliari disse ainda que houve problemas de falência e outros com três empresas contratadas para o serviço. Agora, quem está tocando a obra terminará o trabalho, com previsão de entrega até o fim do ano.
Como funciona o sistema de esgoto
O engenheiro Becker, que faz parte da superintendência regional com sede em Bento Gonçalves, explica que o sistema de esgotamento sanitário é composto de rede coletora, uma parte já implantada, quatro elevatórias de esgoto (Lambari, Planalto, Nova Morada e São José).
Segundo ele, a estação de tratamento de esgoto está basicamente concluída, já foi feita a parte da interligação hidráulica e mecânica. Está para instalar as bombas e o aerador, restando ainda a parte de urbanização e questão elétrica.
Becker afirma que nos próximos meses a estação estará concluída e aos poucos a Corsan começa a liberar a rede para se tornar funcional esse sistema de esgotamento sanitário. “Após a conclusão da estação de tratamento de esgoto, se parte para a finalização da elevatória Planalto e após Lambari, São José e Nova Morada para concluir todo o sistema”, afirma.
Ele salienta que alguns entraves durante a obra para a travessia das tubulações nas rodovias também demoraram além do previsto.
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br