A paixão está no ar. Alguns têm esse sentimento também no sobrenome. É o caso do casal de Encantado, Leonilda Paixão, 68, e Almir Paixão, 74, casados faz 43 anos.
• As pessoas brincam muito com vocês devido ao sobrenome Paixão?
Bastante. O pessoal pede: “Mas tudo isso é paixão?”. Eu respondo, muita paixão.
• Como vocês se conheceram?
Nos conhecemos através de uma colega de aula. O Paixão (marido) e ela fizeram uma brincadeira. Ele perguntava para ela quem era aquela gringa e disse que ia na minha casa. Um dia, ele voltou de viagem, já era caminhoneiro, simplesmente parou na frente de casa e foi falar comigo. E ganhou a aposta. Nós morávamos em Campos Borges, que pertencia a Espumoso. Ele parou o caminhão e eu fui ver quem era. Abri a porta da sala e ele chegou chegando. Após um ano, nós estávamos casados.
• Foi paixão à primeira vista?
Sim. E desta paixão deu três filhos, três paixãozinhos. Graças a Deus, três filhos: o Leomar, o Lindomar e a Ildaiane. E três netos: a Jéssica, o Bruno e o Ângelo.
• Após mais de 40 anos casados, além do sobrenome, a paixão continua?
Continua. Sempre fomos parceiros e amigos. Ele viajava, era caminhoneiro, eu ficava sozinha com os filhos. Ele trabalhava e eu tinha que ficar com as crianças, pois tinha os três pequenos. Há 31 anos moramos em Encantado. A gente passou bastante dificuldade, aquela vez que o Lindomar se queimou com fogo. Depois o marido se acidentou, mas a gente deu a volta por cima.
• Vocês fazem aniversário juntos. Isso reforçou de alguma forma o amor?
Sim, no dia 12 de agosto. A gente sempre se acertou bem. Nunca houve desavença. É bom fazer aniversário juntos. As pessoas acham lindo, a gente vai no jogo de bocha de grama, que gostamos de jogar, ninguém nos conhece pelo nome, é só Paixão. Aqui no bairro, se alguém pedir pelo nome, ninguém sabe, mas se pedir onde mora o Paixão todo mundo sabe.
• Qual foi o momento mais marcante da vida de vocês?
São tantos. Pra mim foi quando nasceu o nosso primeiro filho. Eu vi aquele baita gurizão. Cabelo bem preto e a faceirice do pai, a gente não esquece.
• Qual o segredo para um relacionamento duradouro?
Não retrucar um ao outro.
• O que você diria aos novos casais de hoje?
É difícil segurar a barra, mas se cada um tem a confiança no companheiro vai longe.
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br