A produção de veículos no Brasil caiu 15,3% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, afirma a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). É a primeira queda nesse tipo de comparação desde outubro de 2016, interrompendo a sequência de 18 meses de altas seguidas.
As montadoras passaram os últimos dias do mês paradas por causa da greve dos caminhoneiros, que impediu a chegada de peças e afetou a logística das fábricas. A produção foi retomada apenas na segunda-feira, 4 de junho.
A Anfavea ainda prevê algum impacto da greve em junho, mas acredita que o volume perdido pode ser recuperado nos próximos meses, com turnos extras ou produção também aos fins de semana.
No total, 212 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus foram fabricados em maio, enquanto no mesmo mês de 2017 o volume foi de 250,7 mil. No acumulado de janeiro a maio, a indústria automotiva segue com alta de 12%, passando do primeiro milhão de unidades em cinco meses. Saíram das fábricas 1,17 milhão de unidades, contra 1,05 milhão no mesmo período de 2017.
Vendas e exportações
Segundo as concessionárias, a greve também afetou as vendas. A redução diária entre 21 e 30 de maio foi de cerca de 15%. Mesmo assim, o mês registrou leve alta nos emplacamentos novos, na comparação com o ano anterior.
Com os problemas de logística e as paralisações nos portos, as exportações, que estavam puxando a recuperação do setor, recuaram 17,3% em maio, em relação ao mesmo mês de 2017. Foram exportados 60.749 veículos contra 73.432 em maio do no passado. No entanto, o ano ainda segue com o acumulado positivo em 1,6% para as exportações, com o total de 314.086 unidades enviadas para fora do país.
