Alessandro Cenci nasceu na década de 70. O filho caçula de Leonel e Elsa encontrou na arte a melhor forma de viver e busca apoio para lançar o próprio disco.
• Sua vida sempre foi direcionada às artes?
Penso que todo o meu entendimento do mundo me veio por meio da arte. Costumo, por conta disso, lembrar que nessa estão contidos os mais diversos tipos de saber: a comunicação, a filosofia, literatura, matemática, etc. Não para insinuar que “eu saiba tudo” (risos). Digo isso para lembrar que a arte não se resume em si mesma. Ao contrário, dialoga e se propõe a ser uma forma de entender todas as outras coisas. Sempre me interessou criar a partir de quaisquer formas de expressão. Isso me fez buscar artifícios técnicos, como aprender a desenhar, tocar um instrumento musical, etc. Disso resultaram desenhos, pinturas, poemas, músicas e todo um imaginário que compõe e se compõe da minha experiência no mundo.
• Quais as maiores dificuldades para difundir a cultura e a arte no interior do estado?
Lidar com a carência de profissionais que ajudem a compor uma cena cultural bem estruturada, inclusive para a formação do público. Não falo só de artistas de qualidade e boas propostas culturais, mas de produtores e pessoas que trabalhem nos bastidores, dando suporte técnico e estrutural, mesmo. Isso decorre da forma como as manifestações culturais e artísticas vêm sendo entendidas pelo poder público bem como pelo público e apoiadores em potencial. Toda e qualquer manifestação cultural é entendida meramente como entretenimento. Dessa forma, o valor artístico acaba sendo desprezado em função do lucro e, assim, o nível qualitativo da obra obviamente cai. Só nos resta a paixão pelo fazer.
• Qual o seu projeto atual?
Costumo estar envolvido em mais de um projeto ao mesmo tempo, mas no momento estou dedicando mais foco ao projeto musical Dois de Voz, idealizado em parceria com meu amigo músico Solon Chaves. Trata-se de um projeto musical no qual gravamos de forma colaborativa músicas de nossa autoria e uma feita em parceria. Estamos com todo o material de um CD gravado e mixado (12 faixas) e agora pretendemos tirar as cópias. Para isso, pusemos no ar um projeto de financiamento coletivo.
• E quais as formas de apoiar?
Para apoiar, é muito fácil. Basta acessar o site do catarse – www.catarse.me/doisdevoz – e escolher o valor que corresponde a cada conjunto de recompensas. São camisetas, postais e cartazes feitos a partir de colagens de minha autoria, ingressos para o show, entre outros, além, é claro, do próprio CD.
Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br