Um acidente de trabalho em 2003 mudou a vida de Paulo Birck, 38, por completo. Paraplégico, ele é um dos organizadores da Bocha para Cadeirantes no Vale do Taquari. “No começo não foi fácil, mas sempre enxerguei as coisas boas da vida então a adaptação foi rápida”, conta.
Birck e cerca de 30 atletas disputaram a terceira etapa do Campeonato Gaúcho de Bocha nesse fim de semana. Os jogos ocorreram na sede da AABB, em Estrela. “Não temos requisito de idade mínima ou máxima para jogar”, pontua.
De acordo com ele, o campeonato surgiu para oportunizar que todos jogassem. “O pessoal ficava bravo conosco, pois as cadeiras deixavam trilhos nas canchas e, além disso, atrapalhavam o andamento do jogo, foi então que surgiu a ideia de organizar a competição.”
Após três anos, o campeonato reúne 60 participantes e é dividido em nove etapas. Para 2019, estão previstas duas divisões, com rebaixamento e acesso. “Queremos que todos os atletas tenham a oportunidade de disputar o título e também fazer com que o esporte cresça ainda mais.”
“O troféu não vale nada perto das amizades”
Everaldo Rosa dos Santos, 42, veio de Passo Fundo. Cadeirante faz 22 anos, disputa torneios de bocha no RS há dois anos. Conta que, por anos, jogou basquete, mas viu na bocha um esporte mais tranquilo e divertido. Para ele, o mais bonito nos torneios são as amizades e o convívio social. “O troféu não vale nada perto das amizades que a gente faz.”
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Diego da Silva, 38, de Novo Hamburgo, tem opinião parecida e destaca as cidades que conheceu na disputa do torneio. “O convívio com os participantes mostra que o cadeirante não precisa ficar parado em casa. Ele tem de participar de atividades assim. As disputas são boas.”
O jogo
A competição consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (bolim). Os atletas ficam limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. Podem usar as mãos e instrumentos de auxílio e contar com ajudantes (calheiros).