Um amor, dois casórios

Comportamento

Um amor, dois casórios

Juntos faz 12 anos, Jonas e Diego celebram o amor no próximo Dia dos Namorados

Um amor, dois casórios

Sempre inspiradoras, as histórias de amor têm o poder de transferir bons sentimentos mesmo que não se conheça os protagonistas. O amor, como tema de grande parte das músicas, livros e filmes, toca o coração de qualquer um sem sequer pedir licença. Quem, afinal, nunca leu um depoimento de amor e ficou com uma sensação boa dentro de si? É um sentimento global, capaz de se multiplicar, de se dividir e, mesmo assim, não perder o seu tamanho.

Nos últimos anos, o Caderno Você contou diversas histórias. A mais recente foi a edição especial em alusão ao mês das noivas, com o depoimento de Cassiana Henz e Henrique Nunes, que se casaram sob os olhares de quase 200 pessoas, no evento Diga Sim. Casamentos, namoros, paixões de verão, todas elas dão um fôlego a mais às agitadas rotinas de trabalho, contas a pagar e afazeres pessoais.

Para trazer inspiração ao próximo Dia dos Namorados, a história escolhida iniciou em 2006 com um casal unido faz 12 anos pela força do acaso. Um amor igual a todos os outros dessa vez brotou nas salas de aula da Unisc, em Santa Cruz do Sul. Jonas Birkheuer, 31, e Diego Rafael Melo, 30, frequentavam os mesmos lugares, mas se conheceram pela internet.

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Um estudante de Economia, o outro de Publicidade e Propaganda, utilizavam os computadores da universidade para estar por dentro da maior febre da época, as salas de bate-papo do Uol. Eram espaços destinados para as pessoas se conhecerem e interagirem. Com a opção de usar o anonimato ou um pseudônimo, eram um prato cheio para os mais tímidos.

Ao longo dos 12 anos juntos, Diego e Jonas abriram uma empresa de organização e decoração de festas. O casal cuida pessoalmente dos detalhes.

Amor de internet

Como de hábito, Melo e uma amiga iam à universidade durante a tarde para utilizar os computadores da sala de informática. Entre muitas conversas, uma lhe chamou a atenção. Falava com um rapaz, levando um papo superagradável.

Birkheuer, a pessoa do lado de lá da telinha, precisava trocar de máquina antes de continuar o papo. Utilizava o computador do Diretório Central dos Estudantes e acabou desistindo da máquina quando percebeu que a internet não conectaria direito ali. Dirigiu-se, então, até a sala de informática mais próxima.

Junto à amiga, Melo aguardava o amigo virtual reconectar para seguirem com o assunto. Durante a espera, viu um moço entrar no laboratório e ocupar o computador logo à sua frente. Nada fora do habitual, até perceber que o rapaz havia conectado no bate-papo do Uol e o moço com quem conversava antes ficou on-line instantaneamente. Então desconfiou da possibilidade de aquele rapaz ser de fato quem estava conversando com ele.

Casados legalmente no Brasil, Jonas e Diego partiram para Vancouver, no Canadá, a fim de brindar mais uma vez a união. Desta vez, a celebração será mais intimista, será no dia 12 de junho, Dia dos Namorados, com a presença de familiares canadenses.

O papo continuou a fluir até Birkheuer ser questionado se vestia um boné. Prontamente respondeu que não costumava usar, mas que naquele dia estava, sim, vestindo um. “Eu acho que você está sentado na minha frente”, disse Melo. E estava. O nervosismo começou a bater e Birkheuer já não falava nada com nada.

A partir daquele momento, por mais que Melo fizesse perguntas ao novo amigo, ele não respondia e desviava o assunto. Surgiu, então, uma tática que envolvia sua amiga. “Vou jogar essa caneta no chão e você chama o moço da frente, ele se chama Jonas, e pede para ele te alcançar, ok?”.

Birkheuer ouve algo cair, mas não dá bola. Uma moça, então, começa a chamá-lo pelo nome pedindo ajuda para recuperar a caneta. Obrigou-se a virar e ajudar. Vencido pelo teste da caneta, convidou Melo a deixar a internet e jogar conversa fora pessoalmente.

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Ele aceitou o convite e, finalmente, o bate-papo tinha lhe rendido um amigo. Ao fim da conversa, combinaram de se encontrar à noite, durante o intervalo da aula. Decidiram juntar-se à amiga de Melo em um jantar. A partir daquele dia, a vida deles ganhava uma dose a mais de amor.

Passada uma semana, Melo conheceu uma amiga de Birkheuer, que lhe falou das boas intenções do rapaz. “Bah, o Jonas quer te pedir uma coisa, mas não sabe como”. À noite, quando foram para casa, como previsto, Birkheuer disse que tinha algo a pedir, mas não sabia se ele aceitaria. Melo alegou saber do que se tratava. “Tu sabes o que eu vou te pedir?”, disse Birkheuer. O outro disse que sim. “E o que você acha?”. Ele responde: “Eu nunca fiz isso, mas pode ser.”

Sem saber, Melo havia feito uma trapalhada. Birkheuer apenas iria convidá-lo para uma festa. “Você nunca foi em uma festa?”, exclamou o estudante de Economia. Mas o rapaz, em seu coração, havia dado resposta para outra pergunta. “A nossa amiga me disse que você iria me pedir em namoro e eu respondi achando que essa seria a pergunta”, confessou.

Um pouco surpreso, Birkheuer fez outra pergunta. “Ah então ‘pode ser’, a gente namorar?”. “Pode ser, o que você acha?”. “Pode ser”.

Casório duplo

Casados perante a lei, Birkheuer e Diego moram em Lajeado e são proprietários de uma empresa promotora de eventos. “Não temos filhos ainda, mas já temos dois gatos”, brincam.

Nessa quinta-feira, 7, o casal embarcou para Vancouver, no Canadá, para encontrar os sobrinhos e a irmã de Birkheuer. Para tornar a viagem ainda mais especial, pretendem fazer uma nova celebração de casamento para renovar os votos. Com apenas cinco convidados e equipe fotográfica, devem selar o amor novamente no próximo Dia dos Namorados.

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