Sorgo é alternativa para alimentar o gado

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Sorgo é alternativa para alimentar o gado

A cultura começa a ganhar espaço nas propriedades leiteiras. Rendimento por hectare chega a 100 toneladas. Menor custo e alto valor proteico do alimento são diferenciais   

Sorgo é alternativa para alimentar o gado
Vale do Taquari

A família Quinot, de Neu Deutschland, Forquetinha, destinou 15 hectares para o cultivo de sorgo forrageiro. A área de milho para silagem caiu pela metade. Apenas a primeira safra é mantida.

Um dos motivos para substituir uma cultura pela outra é o custo mais baixo do alimento oferecido às vacas. “Gastamos apenas R$ 250 por saco de semente. O ciclo é menor, tem alta rentabilidade, é resistente à seca e dificilmente cai pela força do vento. Fizemos testes e o nível de proteína é maior do que o da silagem de milho”, assegura Marcelo.

Outro diferencial é a possibilidade de dois cortes na mesma área. A semeadura ocorre em setembro. Após 110 dias, é possível fazer a primeira silagem. Em maio, é feito o segundo corte.

Entre os cuidados, destaca o ponto ideal de colheita, boa compactação e vedação do silo. “É preciso ajustar bem as lâminas para garantir partículas com tamanho entre 0,8 e 1,5 centímetro. Ajuda a ruminação do animal e melhora a digestão”, observa.

São produzidas mais de 600 toneladas por safra.

Menos custos, mais rendimento

Conforme Fredson Ferreira Chaves, engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo, o sistema radicular abundante e profundo traz maior tolerância à seca e ao calor, o custo de produção é baixo, tem alto rendimento e não há necessidade de aditivos para estimular a fermentação. “Tudo isso favorece a substituição das lavouras de milho”, comenta.

Outra característica positiva é a possibilidade de rebrota. Segundo Chaves, é preciso observar o ponto de colheita. O ideal é quando o teor de matéria seca estiver entre 35% e 50%, explica.

Recomenda colher as panículas (cachos) em vários pontos da lavoura porque existem diferenças na umidade, na qualidade da terra e na quantidade de sol recebida pela planta. “O ponto de ensilagem é quando os grãos mais externos cedem à pressão dos dedos sem umedecê-los”, ensina.

A altura de corte varia de 15 cm a 25 cm do solo. De acordo com Chaves, assim, se evita a presença de terra na silagem, e uma possível contaminação. Para aumentar a qualidade da silagem com mais cachos e grãos, recomenda boa adubação e escolha de variedades certificadas e adaptadas ao clima.

A silagem está pronta para ser fornecida aos animais depois de 30 dias da confecção. Após aberto o silo, a retirada diária deve ser de, no mínimo, uma fatia de 20 centímetros de espessura.

Produtividade

De acordo com Álvaro Trierweiler, engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, o sorgo forrageiro pode alcançar maior produtividade que o milho, a um custo inferior. “Podemos fazer dois cortes na mesma lavoura. A produção alcança cem toneladas por hectare, enquanto o milho chega a apenas 45 toneladas”, compara.

Para obter sucesso, reforça a importância de adquirir semente fiscalizada, com adubação baseada em análise de solo e semeadura em época adequada, início da primavera.  “O silo deve ser bem compactado e recomendamos usar inoculante para melhor fermentação”, frisa.

Para ele, apesar de o teor de proteína ser um pouco menor do que o de milho, a rusticidade da planta, alta rentabilidade, tolerância à falta de chuva e ciclo mais curto, de 90 a 110 dias, tornam a cultura uma boa opção para alimentar o gado.

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