“Manejo é vital para a sustentabilidade”

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“Manejo é vital para a sustentabilidade”

Entidade quer fortalecer e consolidar o manejo apropriado de materiais orgânicos, desde a compostagem, biodigestão e esterilização até a fabricação de fertilizantes orgânicos

“Manejo é vital para a sustentabilidade”
Vale do Taquari

A Associação dos Produtores de Fertilizantes Orgânicos do RS, sediada em Lajeado, é presidida pelo empresário Ito Lanius, da Folhito. Com 11 empresas associadas, responsáveis por processar 500 mil toneladas de resíduos por ano, a entidade quer organizar o setor e garantir sustentabilidade à cadeia produtiva.

Quais os objetivos da associação?

Ito Lanius – Integrar o setor e ajustar cada vez mais a atividade para cumprir com sua função social, que é reciclar resíduos e devolvê-los ao ambiente, de onde vieram em forma de cereais, carnes, madeira, fechando assim a cadeia ecológica. Precisamos aprimorar o manejo dos resíduos, desde sua geração, transporte, acondicionamento e compostagem, minimizando ao máximo danos ambientais e riscos de contaminação. É vital analisar as leis da operação e corrigir eventuais desajustes. Queremos políticas públicas, de crédito, por meio de programas de incentivo ao adubo orgânico nas suas diferentes formas de uso.

E os desafios do setor?

Lanius – Primeiro é fazer com que a atividade tenha sustentabilidade econômica. Enfrentamos muita concorrência desleal devido à informalidade fiscal e muitos resíduos são aplicados no solo sem tratamento correto. Em muitos casos, a fiscalização é precária e praticamente inexiste a consciência ambiental. As grandes empresas trabalham a questão de forma correta, porque são fiscalizadas constantemente, mas isso não se aplica para quem tem pequenos negócios geradores de resíduos. Na nossa região, a cama aviária, os resíduos de suínos e bovinos ainda precisam de mais ações práticas para poluírem menos a água e ajudarem a elevar a produtividade no campo.

A eficiência do adubo químico e orgânico é a mesma?

Lanius – Enquanto o adubo químico repõe apenas nutrientes para o solo e a cultura adubada, o orgânico interfere positivamente nas partes físicas e biológicas da terra. Na parte física, aumentam a porosidade do solo, aeração, poder de retenção de água e nutrientes, bem como diminuem os riscos de erosão. Na parte biológica, agregam vida, micro-organismos que desencadearão atividades e ciclagens que não existiam anteriormente. Quanto à eficiência, quando guardadas as proporções nutricionais, os dois apresentam resultados similares. Apenas o arranque inicial das plantas adubadas com químico é um pouco superior, mas com a medida do tempo os dois se equiparam. Agrônomos e técnicos agrícolas recomendam o uso consorciado.

Considerações finais

Lanius – Temos muito a evoluir. Devemos nos aproximar de quem é responsável pelo processo administrativo e tornar os projetos de legalização, fiscalização e notificação mais equilibrados, de acordo com os parâmetros internacionais.

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