Fruta-do-conde: para nobres e plebeus

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Fruta-do-conde: para nobres e plebeus

O sabor e os benefícios à saúde tornaram a fruta conhecida nos últimos anos, mas o clima limita a expansão dos pomares. Produtividade chega a 200 unidades por planta. Quilo custa em média de R$ 6

Fruta-do-conde: para nobres e plebeus
Vale do Taquari

Além de saborosa, a fruta-do-conde contém nutrientes benéficos à saúde. Também previne anemia, câimbra e alivia a depressão e os distúrbios do sistema nervoso.

De clima tropical e originária das Antilhas, chegou ao Brasil em 1626, pela Bahia, trazida pelo governador Diogo Luís de Oliveira, o Conde de Miranda, que influenciou o nome.

Na propriedade de Elson Griesang, 41, em Linha Perau, Marques de Souza, as primeiras sementes foram cultivadas há 48 anos. “Ganhei duas sementes de uma amiga após ela voltar de uma viagem dos Estados Unidos. Uma delas vingou e produz até hoje”, comenta Nelsi, 71.

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(SEM LEGENDA)

A família mantém duas árvores. Colhe em média 400 frutos por ciclo. “O peso varia de 400 gramas a um quilo”, conta. Por ser sensível à geada, deve ser plantada em locais protegidos.

Outro aspecto importante é o ponto de maturação. “Quando atinge a cor alaranjada, com aparência mais escura, deve ser colhida. É altamente perecível e por isso necessita ser consumida em dois dias após retirada da árvore”, ensina.

A boa aceitação do consumidor faz Griesang ampliar o pomar. “Ela é muito procurada. É uma fruta com vários benefícios à saúde. Por facilitar a digestão, é consumida como sobremesa após o almoço”, conta.

As frutas são vendidas em uma tenda instalada às margens da rodovia BR-386. Na feira self-service, os clientes depositam em uma caixinha os valores que acharem justo pelos produtos adquiridos.

No local, também é possível comprar aipim, carambola, laranja, bergamota, limão, noz, entre outras variedades. A maior parte é produzida pela família. “Antes tudo caía e apodrecia. Hoje temos uma boa fonte de renda”, observa.

Cultivo limitado

Conforme o assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar, Derli Bonine, é preciso escolher áreas livres de geada porque a planta é de clima tropical.

Para ele, essa característica limita a exploração comercial no estado. “Opte por comprar mudas de origem certificada. Cultive em áreas com solos profundos e bem drenados, boa exposição solar e faça a correção da acidez e da fertilidade”, orienta.

A primeira colheita ocorre a partir do terceiro ano após o plantio, entre fevereiro a junho. A produção varia de 150 a 200 frutos por planta ao ano.

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Segundo Bonine, o fruto é uma baga composta, formado por carpelos separados na base por uma linha creme, alaranjada ou roxa, dependendo do tipo. “Cada fruta tem em média 68 sementes, com sabor doce e agradável”, destaca.

O peso varia entre 200 gramas e 400 gramas, sendo 54,2% de polpa, 38,2% de casca e 7,6% de sementes. Pode ser consumida in natura, abrindo-a e degustando cada polpa e cuspindo as sementes. Ou na forma de sucos, sorvetes, doces e até em pratos salgados. O valor do quilo está cotado em R$ 6 na Ceasa Serra, sediada em Caxias do Sul.

Rica em vitaminas

A grande quantidade de fibras previne prisão de ventre e constipação intestinal, além de contribuir para uma boa digestão. É rica em compostos fenólicos, contém vitamina C e tocoferol (vitamina E), por isso, tem ação antioxidante, combatendo os radicais livres, causadores do envelhecimento precoce e doenças degenerativas. A combinação de vitaminas C e A tem poder rejuvenescedor e regenerativo, contribuindo para a saúde e beleza da pele e dos cabelos. A fruta também previne anemia, câimbra, diarreia e alivia o estresse, a depressão e os distúrbios do sistema nervoso.

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