Informações distorcidas e confusão social

Editorial

Informações distorcidas e confusão social

A amplitude do fenômeno nas redes sociais ultrapassa o imaginado por pesquisadores pelo mundo. O uso dessa ferramenta tecnológica para disseminar informações se tornou uma nova revolução. Qualquer pessoa se transformou em um potencial repórterjornalista. Com um celular com conexão…

A amplitude do fenômeno nas redes sociais ultrapassa o imaginado por pesquisadores pelo mundo. O uso dessa ferramenta tecnológica para disseminar informações se tornou uma nova revolução. Qualquer pessoa se transformou em um potencial repórterjornalista. Com um celular com conexão na web, é possível fazer transmissões ao vivo em qualquer lugar.
Para o bem e para o mal, a tecnologia abre um leque imenso para o debate. Durante a greve dos caminhoneiros, muita informação duvidosa circulou pelos grupos de WhatsApp. Algumas funcionaram como rastilho de pólvora e insuflaram manifestantes para apoiar o movimento nas estradas.
Essa propagação de notícias distorcidas, por vezes falsas ou tendenciosas, tem potencial para interferir nas escolhas, nos movimentos e na consciência da população. A partir de uma fake news, a sociedade corre o risco de entrar em um estágio de frenesi e levar qualquer nação ao abismo. Sem exagero.
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Desde a quinta-feira, dia 31, circulam pela internet vídeos, áudios e textos sobre o reinício das manifestações a partir desta segunda-feira. No material, alertam a sociedade para estocar alimentos, combustível, pois a parada dessa vez será mais violenta. Inclusive com bloqueio total das rodovias. “Só vai passar ambulância”, alerta um homem que não se identifica em uma gravação no Youtube.
A partir de uma série de canais conhecidos pelo uso constante de fake news, os internautas assimilam essas informações como verdade e criam um ambiente de histeria coletiva. Muito dos acontecimentos da semana passada, a corrida aos mercados, as filas intermináveis nos postos de combustível e a defesa pela intervenção militar surgiram após esses supostos fatos.
Para a segunda-feira, por mais que o alerta de nova manifestação tenha origem em informações duvidosas, há um risco elevado de que se torne real. Esse é o mal das fake news. Transformam os receptores. Fazem com que eles reajam, por vezes sem nem mesmo duvidar do que receberam. A greve dos caminhoneiros é o primeiro grande exemplo do impacto criado pelo compartilhamento desse tipo de “notícia.”

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