Entre os impactos da mobilização, está a ameaça aos serviços públicos em cidades do Vale. Com o avanço da greve ao quinto dia, os prefeitos temem o comprometimento de áreas essenciais como saúde, educação, segurança e limpeza urbana. Diante da falta ou escassez de combustíveis para as frotas, pelo menos sete municípios da região decretaram situações de emergência ou calamidade pública.
O primeiro foi Encantado. De acordo com o prefeito Adroaldo Conzatti, os atendimentos estão garantidos de forma regular até o fim desta semana. A partir de segunda-feira, 28, se a paralisação dos caminhoneiros continuar, setores da administração poderão ser afetados.
O chefe do Executivo determinou que os postos de combustíveis da cidade reservem uma quantidade para uso do governo no atendimento dos serviços essenciais, “em função do interesse público”. O objetivo é assegurar o funcionamento de ambulâncias, ônibus escolares, viaturas policiais e caminhões de coleta de lixo.
Em Taquari, o prefeito Emanuel Hassen Paz (Maneco) deve anunciar hoje situação de calamidade pública. “Em solidariedade aos caminhoneiros e contra a política errada da Petrobras de alinhar o reajuste dos preços dos combustíveis ao dólar, fato que beneficia apenas os acionistas da empresa e não a população, que arca com aumentos constantes e abusivos dos combustíveis, também vamos parar”, registrou em nota o governo municipal.
A administração informou a suspensão do transporte escolar e das aulas presenciais na rede municipal de ensino. Os veículos da Secretaria de Saúde funcionarão apenas em caráter emergencial e no transporte para consultas já agendadas. Contudo o atendimento na prefeitura será mantido no horário regular.
Desde ontem, o recolhimento de entulhos também está interrompido. O Departamento de Meio Ambiente pede a compreensão da comunidade e orienta que o lixo seja acondicionado nas residências até a normalização do serviço.
O governo de Estrela se reuniu ontem à tarde para avaliar a situação no município e anunciou o estado de de calamidade pública. Conforme o prefeito Carlos Rafael Mallmann, um dos problemas sentidos está no fornecimento de merenda escolar. Alguns alimentos perecíveis estão em falta. O governo suspendeu o uso de veículos leves.
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Máquinas e caminhões também param a partir de hoje. Estão mantidos os serviços da área de saúde, coleta de lixo e segurança pública. A partir da próxima semana, as aulas e o transporte escolar também serão suspensos.
Em Teutônia, a calamidade pública também foi decretada. Conforme o governo, o impacto maior será sentido no transporte urbano, que sofreu alterações nos horários. Os outros serviços, incluindo o transporte escolar, seguem preservados.
Ontem à tarde, Bom Retiro do Sul também decretou situação de emergência. Declarando apoio ao movimento, o governo publicou nota informando a suspensão do transporte escolar e serviços que necessitam de máquinas da Secretaria de Obras. As aulas, porém, estão mantidas.
Em Santa Clara do Sul, por enquanto, o comprometimento se restringe aos serviços da Secretaria de Obras e Infraestrutura. Com o fim do combustível nos postos da cidade, a frota municipal funciona de forma reduzida, apenas para atendimentos de urgência e emergência. Conforme a secretária de Administração, Ana Paula Mallmann, caso a greve se estenda para a próxima semana, as atividades governamentais e na rede municipal de ensino devem paralisar.
Em Cruzeiro do Sul, a Secretaria de Educação suspendeu as aulas até segunda-feira devido à falta de combustível para o transporte escolar. As creches mantêm atendimentos, mas orientam os pais que puderem a ficar em casa com as crianças por causa da ausência de alguns profissionais.
A audiência pública sobre segurança em Westfália, programada para hoje à tarde, foi cancelada a pedido da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Paverama faz hoje ponto facultativo. As escolas de Ensino Fundamental e Infantil não terão expediente. Serão mantidos apenas os serviços da Secretaria de Saúde.
Forças de segurança
Conforme a Brigada Militar, as viaturas foram abastecidas por completo nesta semana diante da iminência da falta de combustível. Um revezamento dos veículos é feito para evitar o término de gasolina. Ao menos nos próximos dias, não há riscos de as guarnições ficarem paradas.
A Delegacia Regional da Polícia Civil assegura que todas as viaturas estão abastecidas, pois a instituição também se preparou para a paralisação dos transportes.
O Corpo de Bombeiros de Lajeado também afasta o risco de desabastecimento. A corporação está orientada a somente usar os veículos em casos de emergência.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br | Colaboração – Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br