“Acabou nosso estoque de argumentos”

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“Acabou nosso estoque de argumentos”

Natural de Fontoura Xavier, Gilmar Piacentine Vieira, 26, mora em Lajeado faz seis anos. Trabalha como frentista em um posto de combustíveis faz quatro. Considera a paralisação dos caminhoneiros um ato válido pelas circunstâncias em que o país se encontra.…

“Acabou nosso estoque de argumentos”

Natural de Fontoura Xavier, Gilmar Piacentine Vieira, 26, mora em Lajeado faz seis anos. Trabalha como frentista em um posto de combustíveis faz quatro. Considera a paralisação dos caminhoneiros um ato válido pelas circunstâncias em que o país se encontra.
• Como é estar num posto sem combustível?
É complicado, pois os motoristas chegam querendo abastecer, e nós temos que abordá-los de formas diferentes. Pedem quais postos estão com combustível, e temos que explicar que talvez não tenha. É complicado, pois veio bastante gente.
• Alguma vez passou por essa situação de vir trabalhar e não ter trabalho?
Não tinha passado por isso ainda. É complicado, pois já acabou nosso estoque de argumentos. É dizer que não tem e é isso. Muitos frentistas ganharam folga, ficamos em dois, eu e meu colega. Não tem a necessidade de ter mais gente trabalhando, pois não tem trabalho. Estamos aqui apenas para instruir os motoristas.
• Quando começou o protesto, imagino que tomaria essa proporção?
Eu imaginei que ele seria grande, mas não dessa proporção. Não lembro de outra paralisação deste tamanho. Não pensei que chegaria a faltar produtos como o combustível, por exemplo.
• Como avalia a greve dos caminhoneiros e a alta dos combustíveis?
Eu acho que está correto, tem que parar mesmo. Pois do jeito que as coisas estão não tem como suportar. Eu acho uma loucura o preço do combustível. Para os caminhoneiros, que tem isso como a base da profissão, é ainda pior. Por isso acho válido tudo o que está acontecendo.
• Na sua opinião, isso é bom ou ruim para o país?
Para o país eu acredito que seja ruim. Pois provavelmente os preços das mercadorias irão aumentar mais tarde. Depois que o preço sobe, é difícil voltar. O combustível é um bom exemplo disso. Mas é uma coisa que tem que ser feita. Eles roubam lá em cima, em Brasília, e não é feito nada. Então a iniciativa dos caminhoneiros é válida. No fim, fica ruim por um lado, mas bom por outro. A população mostra que não está dormindo, que a qualquer momento podem haver manifestações para mudar alguma situação no país.

Caetano Pretto: caetano@jornalahora.inf.br

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